No momento em que escrevo este texto, algumas das urnas da eleição de hoje começam a ser contabilizadas. Nas duas últimas semanas, tanto a possibilidade de segundo turno quanto seu possível resultado passaram por mudanças. Nesse exato momento, a combinação de eleição e escândalo do dossiê tem três possíveis resultados, cada um deles delineando um contexto para a atuação daqueles que são hoje situação e oposição. Analisarei um por um estes contextos, enfatizando as prováveis atitudes dos jogadores políticos do Brasil e como cada contexto contribui para as reformas necessárias ao desenvolvimento do país.
No primeiro caso a eleição vai para o segundo turno e Geraldo Alckmin vence. O PT volta à oposição. O mais provável, nesse caso, é que o PT na oposição passe a agir como sempre agiu quando na oposição: obstruindo as reformas necessárias (as mesmas que aprovou quando no governo), procurando sempre que possível desestabilizar, etc. Obviamente, tal situação não é benéfica para o país – se o fosse, o desempenho do Brasil nos anos FHC seria melhor – contudo, as outras possibilidades são ainda piores.
Em um segundo caso, Lula vence as eleições (é irrelevante se no primeiro ou no segundo turno), mas tem sua candidatura impugnada pelo Superior Tribunal Eleitoral devido às irregularidades do escândalo do dossiê. Nesse caso, o PT se portará não apenas como se tivesse perdido as eleições como também (como já age atualmente) acusará a atual oposição de golpismo, desrespeito à democracia – como se as leis não fossem elas mesmas algum tipo de representação do povo. Soma-se a isso a tolerância que algumas partes (se não a maioria) da imprensa tem com relação ao PT, produto da revolução cultural, e constitui-se uma situação pior que a primeira.
A última situação possível é a situação em que Lula é eleito e permanece presidente pelo segundo mandato inteiro. Nesse caso, partindo da hipótese controversa de que o segundo governo Lula se portará de forma semelhante ao primeiro, o país permanecerá na situação em que está: assolado pelo populismo, com uma economia carente que cresce a taxas mínimas, sem fortes garantias de direitos de propriedade, institucionalmente instável. Tudo isso com dois agravantes: um governo marcado por denúncias de corrupção e uma população para quem as urnas são capazes de absolver criminosos.
Concluindo, independentemente do resultado das eleições, a situação do Brasil permanecerá frágil.
No primeiro caso a eleição vai para o segundo turno e Geraldo Alckmin vence. O PT volta à oposição. O mais provável, nesse caso, é que o PT na oposição passe a agir como sempre agiu quando na oposição: obstruindo as reformas necessárias (as mesmas que aprovou quando no governo), procurando sempre que possível desestabilizar, etc. Obviamente, tal situação não é benéfica para o país – se o fosse, o desempenho do Brasil nos anos FHC seria melhor – contudo, as outras possibilidades são ainda piores.
Em um segundo caso, Lula vence as eleições (é irrelevante se no primeiro ou no segundo turno), mas tem sua candidatura impugnada pelo Superior Tribunal Eleitoral devido às irregularidades do escândalo do dossiê. Nesse caso, o PT se portará não apenas como se tivesse perdido as eleições como também (como já age atualmente) acusará a atual oposição de golpismo, desrespeito à democracia – como se as leis não fossem elas mesmas algum tipo de representação do povo. Soma-se a isso a tolerância que algumas partes (se não a maioria) da imprensa tem com relação ao PT, produto da revolução cultural, e constitui-se uma situação pior que a primeira.
A última situação possível é a situação em que Lula é eleito e permanece presidente pelo segundo mandato inteiro. Nesse caso, partindo da hipótese controversa de que o segundo governo Lula se portará de forma semelhante ao primeiro, o país permanecerá na situação em que está: assolado pelo populismo, com uma economia carente que cresce a taxas mínimas, sem fortes garantias de direitos de propriedade, institucionalmente instável. Tudo isso com dois agravantes: um governo marcado por denúncias de corrupção e uma população para quem as urnas são capazes de absolver criminosos.
Concluindo, independentemente do resultado das eleições, a situação do Brasil permanecerá frágil.
3 comentários:
Alguma idéia do que fazer para sair dessa situação, Luiz?
Ei perai.
Alguem mais aqui no blog acredita na possibilidade de uma eventual eleiçao do lula ser seguida por um "golpe" com sua tirada do poder?
Isso seria pior para o pais do que sua permanencia (argh) por mais quatro anos...
O "golpismo" é retórica do PT. Se ficar provado que na compra do dossiê contra Serra houve a utilização de recursos da campanha de Lula, tirá-lo o governo não é golpe, é a lei. E é sempre pior para um país quando não se cumpre a lei, quando se destrói o Estado de direito.
O argumento no texto é que caso se configure tal situação, o PT acusará a oposição de golpismo, desestabilizando o país.
Eu pessoalmente acho que na ocasião de uma possível vitória de Lula o golpe mais provável partirá dele mesmo.
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