segunda-feira, setembro 18, 2006

O PT e a Revolução Cultural

No último ano e meio o Brasil viu aquele partido que trazia para si a condição de partido ético, o PT, perder sua condição de partido de moral ilibada com sucessivos escândalos. Nas duas últimas semanas, mais acusações surgiram. A despeito de todos estes fatos, o atual presidente continua favorito nas pesquisas de intenção de voto. Por mais que a vantagem eleitoral de Lula seja explicada pela “compra de votos” do bolsa família como se demonstrou neste blog, isso não explica como Lula ainda possui votos em classes esclarecidas e como foi eleito pela primeira vez. Se se soma a isso outro fato já reportado aqui: o caráter totalitário do PT e o fato de que as relações desse partido com o pior e o mais desonesto da política, guerrilheiros, criminosos (MIR), ditadores (Fidel Castro), forças paramilitares (FARC); para são de longa data, resta saber como a população brasileira se dispôs a tolerar tal situação.

A resposta mais simples está na seguinte expressão: revolução cultural, uma típica estratégia da esquerda. Nos próximos parágrafos, procurarei esclarecer alguns pontos dela.

A revolução cultural consiste em impugnar na sociedade determinados ideários de forma que a transição para o regime-objetivo (o socialismo, notório exemplo) ocorra sem convulsões sociais. É uma espécie de lavagem cerebral da sociedade. Através dela, com o tempo, as idéias opostas à esquerda se marginalizarão restando apenas as da esquerda, de forma que a abolição da propriedade privada e outros aspectos da transição para o socialismo ocorram despercebidos. Explicitarei dois aspectos da revolução cultural no Brasil.

O primeiro deles, e mais patente, é a esquerdização da mídia. O grande maioria dos articulistas da mídia brasileira flertam com as idéias esquerdistas e os grandes órgãos da mídia nacional, salvas algumas raras exceções, têm um forte viés para a esquerda na seleção das pautas e na apresentação das notícias. Esse fato é fortemente demonstrado por Reinaldo Azevedo e Olavo de Carvalho, por exemplo.

O segundo fato é a esquerdização da grande maioria dos professores secundários do país. Esse fenômeno tem origem no ambiente socialista das universidades brasileiras e impactos profundos no debate político, na medida em que os filhos de elite do país são formados por meio de preconceitos e ideologias ao invés de conhecimento e teoria.

Somados esses dois fatores e diversos outros, não é de se espantar que o candidato à presidência mais à direita no espectro político seja do partido dito social-democrata. Também não é de se espantar que a população seja tão leniente com as diatribes totalitárias do PT. O problema, enfim, não teve seu início no governo Lula.

5 comentários:

Anônimo disse...

Boa, Luiz.

Ao contrário da Justiça brasileira, esse blog tarda mas não falha :)

Não tem um livro didático de 2º grau de história ou geografia que não confirme seus argumentos. Mesmo em escolas em que predominam alunos provenientes de lares "abastados" e, portanto, flhos de pais supostamente mais esclarecidos, o socialismo é lecionado, gramiscinianamente...

Anônimo disse...

A estagnação intelectual, gerada por essas "revoluções culturais", é extremamente nociva.

Enquanto países como a Coréia do Sul, a Suécia e a Espanha vem aprendendo com o passado e buscando o desenvolvimento, nosso Brasil apenas regride.

A "Guarda Vermelha" tupiniquim age dissimuladamente, silenciosamente e vem fazendo o seu trabalho com maestria...

Joel Pinheiro disse...

Isso me faz lembrar de meus próprios dias de colégio.

No meu colégio "católico", ensinava-se a teoria da mais-valia, da luta de classes e das inerentes contradições do sistema capitalista.
O curso de história era baseado em Hobsbawn, fascismo era uma tentativa de preservar o "capitalistmo", a aula de "educação sexual" fazia forte propaganda pro-aborto e contrária à abstinência. Em um ano em particular, o curso de geografia resumiu-se na exposição grosseira de idéias marxistas.

Claro que também tirei de lá muitas coisas boas que me acompanharão para o resto da vida.
Mas não posso deixar de reconhecer que o forte viés esquerdista é dominante a tal ponto que não há embate real de idéias, apenas divergências menores entre as diversas tendências socialistas (o que seria melhor: reformas sucessivas ou revolução?)

Sem dúvida os colégios de elite são uma peça dessa enorme revolução cultural, embora eu não vá tão longe a ponto de afirmar que se trata de uma conspiração consciente (ao menos não para a grandíssima maioria que coopera com ela).

Anônimo disse...

Essa revoluçao cultural (que, eh claro, tambem acredito nao ser fruto de um grande esquema conspiratorio) vem criando um "germe" vermelho em todos.

Se em algum momento de sua vida voce nao tivesse se questionado sobre o que estava aprendendo no colegio, provavelmente faria parte (inconscientemente) dessa massa iludida.

Uma questao: o que fazer a respeito desse estado de devaneio que anestesia os brasileiros?

Joel Pinheiro disse...

Discussão, argumentação, divulgação de idéias, oração e blogs.