Continuando a discussão sobre o feminismo, o propósito desse texto é discutir duas questões: se é racional ou eficiente a luta das mulheres pelos mesmos postos de trabalho que os homens e se essa diferença no padrão de ocupação do trabalho é de fato uma “exploração da mulher pelo homem”. Ainda sobre esse último ponto, tentarei argumentar no sentido de que a divisão tradicional na qual a mulher é “dona de casa” e o homem “sai para trabalhar” não significa uma exploração e pode ser simplesmente a escolha mais produtiva para a unidade familiar.
Como já demonstrado neste blog, agentes econômicos com produtividades diferentes ganham, no sentido em que podem consumir mais do que sua produtividade, com trocas. Esse é um princípio geral e se aplica para diferentes países e diferentes pessoas. Naturalmente, pode se aplicar para diferentes sexos. Além disso, é patente a diferença média nas habilidades de homens e mulheres. Homens, por exemplo, são em média mais talentosos com habilidades quantitativas, ao passo que mulheres têm excelência em questões estéticas. Dessa forma, é difícil argumentar que a ocupação dos mesmos tipos de trabalho por homens e mulheres seja benéfica para a sociedade ou que os maiores salários que engenheiros homens ou decoradoras mulheres ganham (supondo que isso seja verdade) sejam algum tipo de preconceito. É possível, dadas as diferenças entre os sexos, que engenheiros homens e decoradoras mulheres sejam mais produtivas que seus colegas do outro sexo.
Sobre a questão da diferença entre salários é importante esclarecer que para uma conclusão objetiva e imparcial quanto aos maiores salários que um sexo recebe em média não basta comparar os salários dos dois gêneros. É possível, que um dos sexos tenha em média mais experiência de trabalho ou mais educação, dois fatores que afetam o salário. Só podemos afirmar que há preconceito no mercado de trabalho se mesmo com educação e experiências iguais, além de todas as outras variáveis que impactam o salário iguais, um sexo ainda assim ganhe em média mais que o outro. E esse não parece ser o caso.
Estabelecidos esses pontos, voltemo-nos para um experimento mental: imaginemos uma família de pai, mãe e filhos. Essa família precisa de recursos para se manter (obtidos no mercado de trabalho) e de uma quantidade de trabalho a ser exercida em casa (para preparar comida e educar os filhos, por exemplo). Suponhamos também que existam ganhos de escala (uma pessoa trabalhando oito horas em casa produz mais que duas pessoas trabalhando quatro horas)*. É natural que o casal divida trabalho, um deles cuidando da casa e da família e o outro ganhando dinheiro no mercado de trabalho, não importando o sexo. Contudo, é razoabilíssimo supor que as produtividades não sejam iguais e que a mulher tenha seja mais produtiva no trabalho em casa por um motivo básico: mulheres biologicamente são mais aptas para cuidar da prole. À luz desse argumento, fica claro que a divisão tradicional de tarefas não significa exploração nenhuma, mas apenas a maneira mais racional de se dividir trabalho dentro de uma família.
Obviamente, tal argumentação não explica (tampouco defende) a inexistência de direitos políticos de mulheres em diversos países do mundo ou as leis que as reprimem nos países islâmicos, por exemplo. E é essa luta na qual o feminismo deveria se concentrar.
Como já demonstrado neste blog, agentes econômicos com produtividades diferentes ganham, no sentido em que podem consumir mais do que sua produtividade, com trocas. Esse é um princípio geral e se aplica para diferentes países e diferentes pessoas. Naturalmente, pode se aplicar para diferentes sexos. Além disso, é patente a diferença média nas habilidades de homens e mulheres. Homens, por exemplo, são em média mais talentosos com habilidades quantitativas, ao passo que mulheres têm excelência em questões estéticas. Dessa forma, é difícil argumentar que a ocupação dos mesmos tipos de trabalho por homens e mulheres seja benéfica para a sociedade ou que os maiores salários que engenheiros homens ou decoradoras mulheres ganham (supondo que isso seja verdade) sejam algum tipo de preconceito. É possível, dadas as diferenças entre os sexos, que engenheiros homens e decoradoras mulheres sejam mais produtivas que seus colegas do outro sexo.
Sobre a questão da diferença entre salários é importante esclarecer que para uma conclusão objetiva e imparcial quanto aos maiores salários que um sexo recebe em média não basta comparar os salários dos dois gêneros. É possível, que um dos sexos tenha em média mais experiência de trabalho ou mais educação, dois fatores que afetam o salário. Só podemos afirmar que há preconceito no mercado de trabalho se mesmo com educação e experiências iguais, além de todas as outras variáveis que impactam o salário iguais, um sexo ainda assim ganhe em média mais que o outro. E esse não parece ser o caso.
Estabelecidos esses pontos, voltemo-nos para um experimento mental: imaginemos uma família de pai, mãe e filhos. Essa família precisa de recursos para se manter (obtidos no mercado de trabalho) e de uma quantidade de trabalho a ser exercida em casa (para preparar comida e educar os filhos, por exemplo). Suponhamos também que existam ganhos de escala (uma pessoa trabalhando oito horas em casa produz mais que duas pessoas trabalhando quatro horas)*. É natural que o casal divida trabalho, um deles cuidando da casa e da família e o outro ganhando dinheiro no mercado de trabalho, não importando o sexo. Contudo, é razoabilíssimo supor que as produtividades não sejam iguais e que a mulher tenha seja mais produtiva no trabalho em casa por um motivo básico: mulheres biologicamente são mais aptas para cuidar da prole. À luz desse argumento, fica claro que a divisão tradicional de tarefas não significa exploração nenhuma, mas apenas a maneira mais racional de se dividir trabalho dentro de uma família.
Obviamente, tal argumentação não explica (tampouco defende) a inexistência de direitos políticos de mulheres em diversos países do mundo ou as leis que as reprimem nos países islâmicos, por exemplo. E é essa luta na qual o feminismo deveria se concentrar.
10 comentários:
Belo texto Luiz... Argumentação impecável.
Vale lembrar que qualquer diferença de salário baseada em algum preconceito infundado (ex: contratante paga menos às mulheres porque não gosta de mulheres, apesar de elas serem tão produtivas quanto os homens nesse emprego) é prejudicial ao desempenho da firma.
Se eu tenho uma firma e sou preconceituoso na minha contratação, e pago só metade do salário para as mulheres (sem motivo real para isso), então outras firmas podem se aproveitar disso e oferecer salários um pouco mais altos e assim atrair mais trabalhadores, podendo escolher as melhores dentre elas e ainda assim sair no lucro.
É como se eu me negasse a vender meu produto para pessoas loiras, ou vendesse só a um preço muito mais alto; outro vendedor poderia oferecer meus produtos aos loiros por um preço mais baixo do que o meu e sair lucrando.
Tudo isso para mostrar que, se existe de fato alguma diferença de salários INFUNDADA (sem motivo real de ser), todas firmas têm o incentivo de acabar com ela.
Excelente texto. Ia acrescentar exatamente o que o Joel complementou (e ele acabou dizendo muito melhor do que faria).
Vale lembrar outro argumento contrário à luta das feministas: não só a divisão tradicional das tarefas do casal é economicamente mais benéfica (como tão bem colocado aqui), como também representa um importante fator de progresso da sociedade. Isto na medida em que, estando as mães dedicadas exclusivamente ao cuidado com os filhos, a educação e os valores são propriamente passados, o que impacta positivamente a paz social e o desenvolvimento da comunidade.
O que não pode acontecer, nem pode ser defendido, é que a divisão de tarefas clássica signifique necessariamente a superioridade de um dos membros do casal sobre o outro.
Nesse aspecto o feministo tem/teve um ponto válido.
(Mas mesmo assim, entendo que as feministas sempre se utilizaram do fundamento errado para defender a "não-superioridade" dos homens. Isso porque a inexistência de hierarquia de um membro do casal sobre outro respalda-se, não no poder econômico ou na inserção das mulheres no mercado de trabalho, mas sim, do simples fato de que as funções de um e de outro, apesar de diferentes, são iguais valorativamente).
A Ana luiza foi ótima em sua colocação e depois disso sempre fica mais difícil acrescentar alguma coisa...
Com relação à opção da divisão de tarefas entre o casal ser economicamente mais viável sem que isso se traduza na superioridade de um pelo outro é o ideal. Mas na prática o que se vê nas relações de poder dentro de uma família é que a superioridade econômica de um sobre o outro, na prática, acaba gerando uma situação em que um detém sobre o outro um certo domínio, já que é ele quem decide como e o quanto deve ser gasto o seu dinheiro.
Mas hein Joel esse seu trecho que diz "é patente a diferença média nas habilidades de homens e mulheres. Homens, por exemplo, são em média mais talentosos com habilidades quantitativas, ao passo que mulheres têm excelência em questões estéticas." é meio absurdo! Não sei de onde vc tirou isso, mas além das atividades que envolvem o uso da força, onde é patente a superioridade masculina, qualquer atividade prática ou intelectual pode ser muito bem desenvolvida por ambos os sexos. Basta ser vocacionado e dedicado!
Aliás, os melhores esteticistas e cabelereiros que conheço são (geneticamente falando)homens!
Um abraço! =D
Olá Sonja.
Bom, o autor do texto foi o Luiz, e não eu. Foi ele quem disse a frase que lhe causou ultraje.
Tenderia a concordar com ela no que diz respeito às habilidades quantitativas e de raciocínio mais abstrato, e por outro lado acho que as mulheres parecem ser melhores no conhecimento psicológico de outras pessoas, mas também não tenho nenhuma grande convicção nessas diferenças.
Em todo caso, fico feliz em saber que nossos textos suscitaram-lhe o interesse em comentar!
HEDGES, L.. V. & NOWELL, A. "Sex Differences in Mental Test Scores, Variability, and Numbers of High-Scoring Individuals" Science. 1995 Jul 7;269(5220):41-5.
Aqui vai o abstract:
"Sex differences in central tendency, variability, and numbers of high scores on mental tests have been extensively studied. Research has not always seemed to yield consistent results, partly because most studies have not used representative samples of national populations. An analysis of mental test scores from six studies that used national probability samples provided evidence that although average sex differences have been generally small and stable over time, the test scores of males consistently have larger variance. Except in tests of reading comprehension, perceptual speed, and associative memory, males typically outnumber females substantially among high-scoring individuals."
A tabela 2 mostra que nas partes de matemática a diferença de notas entre homens e mulheres é positiva.
Esse link também é bom...
http://www.polymath-systems.com/intel/essayrev/sexdiff.html
A frase não me causou ultraje!
Eu só não acredito que a vocação de uma pessoa seja determinada pelo sexo. Acho que todos nós nascemos plenamente capazes de exercer qualquer atividade humanamente possíveis. O que vai determinar isso é a educação, alimentação, interesse, dedicação, e afins.
Esse lance de que mulher é naturalmente voltada para exercer atividades e habilidade na área de humanas ou seja lá o que for parece coisa da época da minha avó, quando se dizia que mulher tinha que exercer trabalho doméstico, dar aulas ou ser telefonista!
O fato de existir muitas mulheres em algumas áreas não é determinado pelo sexo, mas por questões culturais e econômicas...
Faz favor! o.O
Sonja, não há como negar que existam certas diferenças entre os sexos.
As mulheres têm sim, em média, muito mais facilidade em avaliar psicologicamente os outros do que os homens. Por esse motivo a mulher é, em geral, mais emotiva, em contato com seus sentimentos, e ainda mais capaz de estabelecer conexão afetiva com os outros, (especialmente seus filhos, o que explica porque mulheres sejam tão preferidas como professoras de crianças pequenas).
Já o homem tem mais facilidade para o pensamento mais abstrato e puramente teórico, o que também lhe confere vantagens em algumas áreas.
Outro fator que faz com que a mulher seja naturalmente menos apta a muitos tipos de trabalho é a gravidez. Toda mulher que é mão passa por meses de gravidez em que sua produtividade no trabalho será muito menor, e ainda tem que cuidar do filho pequeno. Por isso, ela tem uma vantagem relativa para com o homem em cuidar da casa.
Ninguém está falando em forçar a mulher em ficar em casa e forçar o homem a trabalhar fora. Acredito, no entanto, que seja naturalmente a obrigação da mulher gerenciar a casa (ainda que delegando tarefas) e a do homem prover o sustento da família. Se um desses objetivos não for cumprido, a responsabilidade cai sobre o sexo a que lhe cabe
Mas é claro que proibir ou ainda inibir a mulher de trabalhar fora ou o homem a cuidar da casa é um erro monumental.
O que todos devem aceitar é que existem as diferenças, e nenhuma lei, nenhum estatuto e nenhuma "sociologia" vai mudar isso. Se temos que fazer leis para igualar os salários, se temos que ficar constantemente nos policiando para tratar a todos igualmente e se temos de receber "re-educação" 24h por dia para nos livrarmos de "preconceitos", isso é uma boa indicação de que não se tratam de desigualdades artificiais e impostas, mas de desigualdades reais e que, portanto, implicam tratamentos desiguais. Só assim adequamos nossas interações à realidade da essência de cada um.
JOel, eu não nego diferenças. No meu primeiro post eu mesma difo que a constituição física das mulheres faz com que os homens tenham um certo tipo de vantagem sobre elas!
No mais, paro por aqui! Definitivamente vc nasceu no século errado! haushuashu
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