domingo, agosto 20, 2006

O Direito de Propriedade e sua importância

Pode se dizer, de maneira muito direta, que a função do Direito é garantir a existência e manutenção dos Direitos Fundamentais. Quais são esses direitos é um assunto passível de muita discussão. E, realmente, trata-se de um tema complicado, sendo difícil acenar com um critério aceito por todos. Porém, meu objetivo aqui não é entrar nesses méritos e sim discorrer um pouco sobre o Direito de Propriedade, que incluo na categoria acima citada, dentre os mais importantes para o ser humano.

Primeiro, o que é o direito de propriedade? Direito de propriedade, pela doutrina tradicional, garante a seu titular o direito de usar, gozar e dispor da coisa, da maneira que lhe parecer mais conveniente, sem que outrem possa interferir.

Segundo, por que o considero fundamental? O motivo é simples: é tanto a maneira mais eficiente, quanto a mais justa de se organizar a sociedade humana. É a base da sociedade civilizada. Imagine a seguinte situação: Fulano é um excelente produtor de batatas. Caso viva em um mundo aonde o direito de propriedade seja respeitado, ele poderá possuir uma fazenda, aonde plantará as batatas que venderá para seus vizinhos. Quanto mais plantar, maior seu benefício. Agora imagine que esse mesmo produtor viva em um mundo aonde não exista o direito de propriedade. Tudo que ele produzir poderá ser roubado, basta aparecer alguém mais forte que ele. Quanto mais ele produzir, mais chamativo será para os ladrões. Desse modo, ele produzirá apenas o necessário para sua sobrevivência e ainda correrá o risco de ser roubado.

Na primeira situação, tanto o produtor de batatas, quanto todos ao seu redor, estarão sendo beneficiados, pois uma maior abundância de bens na sociedade faz com que as chances de ocorrer uma troca mutuamente benéfica aumentem. Todos têm incentivos para produzir seu máximo, visto que o benefício de seu trabalho será, a princípio, completamente deles. Já no segundo caso, ocorre o oposto. Os incentivos para se produzir algo são mínimos, sendo a melhor saída para todos roubar a produção alheia, inibindo assim a existência de um mercado e levando aquela sociedade a um empobrecimento brutal.

Em suma, o direito de propriedade faz com que os donos de determinado bem tenham incentivos para utilizá-lo da melhor forma possível, pois colherá os benefícios em prol de sua própria pessoa levando ,dessa maneira, toda sociedade a uma situação melhor. Exemplo gritante disso vem da extinta União Soviética, onde a produtividade de um agricultor no pequeno quintal de sua casa era absurdamente maior do que a do mesmo trabalhador nas fazendas comunitárias. O motivo, o que produzia em sua casa, o trabalhador podia manter integralmente, enquanto nas fazendas comunitárias sua produtividade em nada afetava sua remuneração.

Assim, pode-se observar que o direito de propriedade exerce um papel fundamental em toda e qualquer sociedade, sendo ele um dos pilares que sustenta, e ajuda a explicar, o desenvolvimento de algumas nações. Desse modo, acho extremamente intrigante como, em pleno ano eleitoral, ninguém se manifeste acerca desse assunto. Com toda espécie de movimentos sociais, atacando dia após dia o direito de propriedade, invadindo de maneira aleatória a propriedade alheia, sem punição alguma, era de se esperar que algum dos candidatos se propusesse a resolver o problema. Pode ser que esse silêncio seja apenas medo de perder eleitores. Porém, pode significar algo muito mais assustador: que o direito de propriedade está com seus dias contados no Brasil.

37 comentários:

Anônimo disse...

Tanto é importante como você fala no texto, que o Direito de Popriedade é direito constitucional do cidadão brasileiro. Pena que no nosso livrinho é esculpida uma pátria perfeita e no nosso mundo real a situação seja totalmente diferente.

Anônimo disse...

Lego, nós temos relações com pessoas e não com bens e objetos. Quando vc pega algo e diz que é seu, o que te garante que aquilo continuará sendo seu é o fato de todas as outras pessoas acreditarem e aceitarem isso. Sacou! Relação com bem ou objeto é fetiche!
As pessoas acreditam na propriedade como algo fundamental e essencial para a existência e harmonização da sociedade pq uma dia, alguém disse isso e todo o resto teve que aceitar!
Como vc acha que surgiu a primeira propriedade? Com uma escritura de compra e venda? Com um testamemento que lhe garantia domínio sobre as terras? Como acha que aconteceram os cercamentos de terras? Com alguém que chegou com um certo título de propritário e convenceu os outros que era o verdadeiro dono? Foi na base de muita violência meu filho! Vc acha que teve indenização para os camponeses expulsos de suas terras?
Acreditar que a existência da propriedade é intrínseco à existência humana é tão falso e tão mentiroso, que nem perco meu tempo tentando mudar isso. Até pq não vai mudar!
Que a propriedade é um direito e deve ser assegurado, isso não se discute! Meus pais tem a deles e sou muito feliz por isso! Não posso ser hipócrita! Não estou discutindo a sua existência, mas o fato de algumas pessoas realmente acreditarem que ela é fundamental para nós!
E tentar provar que isso com base no exemplo das batatinhas é muito inocente! Até pq a existência, garantia e legitimação da propriedade não impede que o que tem nela seja roubado! Mesmo que o cara tenha uma lantação de batatas e um título que lhe garante o uso e gozo daquelas terras, se alguém cismar de entrar lá para roubar vai fazê-lo de qualquer maneira!
Dizer que roubo seja um costume nas sociedades onde as terras são comuns é uma grande distorção!
No mais, postei em todos os artigos. Dois deles me assombrou pela excelente abordagem e da "imparcialidade" com que foram tratados! Contiuno postando sem revisar, com graves erros de ortografia e concordãncia... mas prometo que quando postar com mais calma estarei mais atenta!
Um abraço!

Joel Pinheiro disse...

"Vc acha que teve indenização para os camponeses expulsos de suas terras? "

Ora, se os camponeses foram expulsos de "suas" terras a terra já era deles. Você, Sonja, mesmo querendo negar a naturalidade da propriedade privada, acabou por afirmá-la com a noção implícita de que o nosso trabalho nos torna donos de uma propriedade qualquer.

Sem propriedade privada é absolutamente impossível organizar uma sociedade. É possível um grupo humano subsistir (sobreviver) em um estágio muito primitivo sem propriedade privada. Mas para de fato viver com a dignidade que merece a humanidade a propriedade privada é necessária.

Sem propriedade privada, torna-se impossível fazer o cálculo econômico, ou seja, planejar qualquer coisa que seja, e isso impossibilita a sociedade. Acho que essa impossibilidade absoluta do socialismo pode ser o assunto de algum artigo futuro.

Anônimo disse...

Joel, "suas terras", realmente deu um sentido ambíguo. Dá para entender isso mesmo que vc disse... Mas vc realmente acredita que desde que o homem se entende por ser pensante a terra é dividida em lotes ditribuída a proprietários?
Meu anjo, eu poderia fazer distinção entre posse, propriedade, uso e usufruto aqui para te explicar mais ou menos que tipo de relação os camponeses, os índios e algumas outras sociedades tinham com a terra, mas acredito que não há necessidade. Afinal, da mesma forma que vc sabe que não é "meu", tampouco "anjo", vai saber compreender o que eu escreví sem ficar fazendo interpretações ao pé da letra só para supor aquilo que te convém! =D
No mais, ninguém falou em socialismo!

Esquecí de dizer que a previsão apocalíptica que o Lego faz no final do artigo dele está muito engraçada! =D

Um abraço!

Werther Vervloet disse...

Bom, Sonja, não entendi seu argumento. De maneira análoga ao que você disse, então, proibir o homicídio é errado, pois não adianta nada proibir, se alguem quiser realmente matar a outra pessoa ela vai lá e mata...

Legitimar o direito de propriedade é o primeiro passo. Feito isso, quando alguem "cismar" em roubar a propriedade alheia, o proprietário terá o direito de defendê-la e o Estado, caso acionado, terá obrigação de garantir esse direito. E isso é o que não acontece no Brasil.

Temos o direito de propriedade assegurado na CF, apesar daquela pataquada de "função social", temos o mecanismo afastador de antijuricidade da legítima defesa de um bem jurídico, o que não temos são juízes que apliquem esses institutos de maneira correta.

E sim, a propriedade privada é o único meio de se organizar a sociedade, não tem muita margem pra discussão, tanto teórica quanto empírica.

E sobre os índios não serem adeptos da noção de direito de propriedade, você já parou pra pensar que talvez seja por isso que eles gozavam de tão pouco avanço ante aos europeus, na época da colonização?

r.ihara disse...

Seu argumento parte do princípio que o ser humano só aumenta sua satisfação com a acumulação de capital, ou seja, seu único incentivo para produzir é se autobeneficiar.
Engano seu, jovem Werther.
Já ouviu falar sobre Economia Solidária?
Provavelmente não. Pesquise sobre o assunto, mas cuidado para não confundir um trabalho sério com propaganda petista.

Vai dar certo! disse...

Lego, o fato de não existir propriedade sobre a terra, não quer dizer que as pessoas não tenham direito a um patrimônio! Este pode e deve ser protegido!

O exemplo dos índios é o mais corriqueiro. Podemos citar várias sociedades consideradas evoluídas para sua época em que inexistia o instituto da propriedade sobre a terra. Falar sobe os índios é complicado pq eles não eram homogêneos em costumes e tradições... Os nossos realmente estavam num patamar muito "atrasado" perto das comunidades indígenas da américa central, andes e EUA... isso dá muito pano pra manga!
Eu só discordo desse lance da propriedade ser um bem fundamental, organizador da sociedade humana e blá blá blá. Isso é apenas uma idéia que compramos!
Um abraço!

Werther Vervloet disse...

Meu caro r.ihara, aonde em meu texto disse que o ser humano apenas aumenta sua satisfação pela acumulação de capital? Cuidado com suas interpretações acerca do que os outros escrevem, você pode acabar não entendo coisa alguma do que foi dito.

E sim, basicamente o ser humano produz com o intuito de se auto-beneficiar. Mas ai, surge a pergunta: Mas e a caridade? Bom, a princípio, uma pessoa que doa uma quantia em dinheiro para outrém, está aumentando mais sua satisfação
do que se usasse o dinheiro para outro fim. Portanto, assim o faz.

Agora, pegue alguem que costume doar dinheiro para a "caridade" e tome o dinheiro dela. Ela irá ficar feliz? Obviamente que não. Mas ela não ia doar o dinheiro de qualquer modo? Sim, mas ia doar para um fim que lhe agradasse, e não para qualquer fim.

Desse modo, chegamos a um ponto crucial. Tanto no meu exemplo, elementar e didático, quanto em qualquer outro cenário possível, uma pessoa tem que ter a liberdade de empregar seus recursos da maneira que desejar, para que dela derive a maior satisfação possível.

Werther Vervloet disse...

Só complementando meu comentário anterior, pode ser que exista uma fazenda comunitária aonde todas as pessoas obtenham a maior satisfação possível produzindo o máximo que conseguirem para e dividindo tudo igualmente entre seus "companheiros". Essa fazenda, provavelmente, seria tão produtiva quanto uma fazenda "privada" no sentido tradicional.

Porém, parti de uma premissa muito forte, pouco observada empiricamente, no geral as pessoas costumam satisfazer-se mais utilizando seus recursos em benefício próprio. E não podemos condená-las por isso. Nada mais justo que alguem poder colher e gozar dos frutos de seu próprio trabalho. Por fim, o direito de propriedade instituído, permite a existência de ambos os casos.

r.ihara disse...

“o direito de propriedade instituído, permite a existência de ambos os casos.”

Você tem certeza disto?
Se sim, você não deve conhecer a história da américa latina e suas veias abertas.

“por que o considero fundamental? O motivo é simples: é tanto a maneira mais eficiente, quanto a mais justa de se organizar a sociedade humana.”

Eficiência, você reconheceu que não.

E justiça? Justo para quem? Acho que é questionável este ponto.

“uma pessoa tem que ter a liberdade de empregar seus recursos da maneira que desejar, para que dela derive a maior satisfação possível.”

E quem não tem esses recursos? Não deveria ter a liberdade de tê-los?

Joel Pinheiro disse...

Só com a propriedade privada pode uma pessoa ter o "direito" a ter os recursos que precisa para sobreviver.

Como uma pessoa, no mercado, consegue aquilo que ela quer (melhorar sua vida, comprar um carro, um livro, etc)? Para conseguir isso ela tem que oferecer a outros algo que os outros valorizem; tem que satisfazer as necessidades dos outros.
Com a propriedade privada, temos o incentivo de cooperar com os outros e ajudá-los, para que dessa forma recebamos a ajuda para alcançar nossos fins.

Com a propriedade pública, o incentivo é cada um pegar o máximo possível dela para si, e trabalhar o mínimo possível; afinal de contas, se ela passar o dia todo trabalhando, alguém pode pegar tudo o que ela produziu.
Ninguém gosta de trabalhar para não auferir benefício nenhum, e muita gente gosta de auferir benefícios sem ter trabalhado nada.

Uma das coisas que falta à América Latina como um todo é exatamente a proteção dos direitos de propriedade.

Werther Vervloet disse...

"Você tem certeza disto?
Se sim, você não deve conhecer a história da américa latina e suas veias abertas."

Não permite? Até onde eu sei, se uma pessoa deseja utilizar uma porção de terra para produzir algo que lhe gere a maior renda ela pode. Se ela quiser convidar pessoas para trabalhar de graça em suas terras e dividir integralmente os ganhos com elas pode também. Ou seja, garante que tanto aqueles preocupados apenas em maximizar sua renda quanto aqueles adeptos da dita "economia" solidária possam agir de acordo com que achem melhor.

Mas pelo que me parece você defende que todos tenham que seguir o segundo caminho, mesmo contra vontade. Algo um tanto quanto totalitário, diria eu.

"Eficiência, você reconheceu que não."

É mesmo, aonde? Aqueles da hipotética fazenda comunitária (que dão seu máximo em prol de sua comunidade) produzirão seu máximo, aqueles preocupados com seus lucros apenas, também. Já no caso de só existirem fazendas comunitárias, a segunda classe de pessoas certamente não produzirá seu máximo, e embarcará de carona no trabalho alheio. A sociedade como um todo produzirá menos e, portanto, será mais pobre.

"E justiça? Justo para quem? Acho que é questionável este ponto."

É mesmo, gostaria de ouvir seus argumentos.

"E quem não tem esses recursos? Não deveria ter a liberdade de tê-los?"

A liberdade ele tem. O que não se pode confundir é liberdade com obrigatoriedade. A capacidade de uma pessoa ofertar algo que o mercado demanda, como disse o Joel, é que vai definir o quanto essa pessoa irá "receber". Nivelar isso por baixo, de maneira autoritária, é injusto com aqueles que atendem melhor às demandas do mercado, seja por que estudou mais e tornou-se um profissional melhor, seja porque nasceu com um dom incomum.

Anônimo disse...

"O motivo é simples: é tanto a maneira mais eficiente, quanto a mais justa de se organizar a sociedade humana."

HAHAHAHAHAHAHA O tanto que me fez rir essa!

Meu Deus do céu...estamos perdidos.

A democracia é mais uma vez destroçada pela infiltração ideológica que assola o autoritarismo modernista.

Por favor, venha voce também para o séc.XXI!!!

Werther Vervloet disse...

Acima temos um exemplo de comentário pertinente e bem embasado, escrito por alguem que demonstra um grande conhecimento sobre a economia.

Porém, apesar de todas as qualidades, é o tipo de comentário do qual não necessitamos em nosso blog.

Assim sendo, deixo aqui um aviso a todos nossos leitores. Prezamos e incentivamos muito aqueles que comentam nossos artigos. Sejam eles contrários ou a favor do que escrevemos.

Porém, pedimos que seja mantido certo nível de educação e respeito. Faremos a famosa "vista grossa" no que tange esses primeiros comentários do ultraseven. Trata-se de um leitor novo, que não estava a par do ambiente de racionalidade que tentamos manter em nossas discussões.

Mas, a partir de agora, comentários ofensivos, nível jardim de infância, que não acrescentem nada ao tema debatido serão moderados. Contamos com a boa vontade de vocês.

Grato pela compreensão de todos.

Anônimo disse...

Ok, ok, me desculpe o senhor tem toda razão em sua exposição.

Peço desculpas pelo rude palavreado.

Anônimo disse...

No entanto...

Voces afirmam ter um grande conhecimento de economia. Eu nem vou entrar no mérito dessa questão. Vou acreditar em suas palavras. Voces, todos que escrevem nesse blog, tem sim um grande conhecimento desta matéria. Mas só desta matéria. Vocês, explicitadamente em quase todos os posts, demonstraram não possuir, ou possuir um mínimo insatisfatório conhecimento sobre artes em geral, política, filosofia e iniciação científica. Isso sem entrar na minha seara, Direito, da qual eu pude notar uma falta de profundidade juridica em quase todas as suas conceituações primárias.

Contudo, fico muito satisfeito de voces não fugirem do embate democrático, isso demostra a coragem e a inteligencia que voces tem de sobra, mas, porque não levamos o embate para um campo mais apropriado? Que tal uma discussão sobre algum projeto, de atualidade contemporanea, com relevância para a discussão que estamos tendo? è um simples convite para uma reflexão mais profunda e que possa produzir algo mais concreto, uma crítica coletiva a respeito de algum tema de importânia nacional. Que tal?

Luiz Felipe Amaral disse...

Aqui o debate é democrático mas não é fácil. Demonstre, ultraseven, a falta de conhecimento em todos estes outros campos citados.

Mas preste atenção: por mais democrático que seja o debate, aqui o apelo a ignorância não cola, ok? E já vou adiantando: o Joel conhece lógica tão bem quanto economia.

Anônimo disse...

Apelo a ignorancia? Do que voce está falando?

"Demonstre, ultraseven, a falta de conhecimento em todos estes outros campos citados." - Não entendi a concordância.

"E já vou adiantando: o Joel conhece lógica tão bem quanto economia." - Que ótimo pra ele, nunca duvidei que voces fossem muito inteligentes, inclusive afirmei isso mais de uma vez.

E nenhum debate democrático é fácil por natureza já que a democracia aceita a vitória da maioria mas sua natureza é justamente acreditar que não existe unanimidade.

Ahhh...caso voce esteja se referindo ao convite que eu fiz, pode ser que eu não tenha expressado direito...é somente uma tentativa de achar um outro tema que possa gerar uma outra discussão qua abarque mais áreas como as supracitadas, por exemplo, a política habitacional brasileira vigente, que carece de economistas de personalidade para sua transformação. Foi só uma sugestão...

Anônimo disse...

"Uma das coisas que falta à América Latina como um todo é exatamente a proteção dos direitos de propriedade."
Joel, leia o livro "Arcaísmo como projeto" do professor João Fragoso, um dos maiores historiadores do Brasil na área de HIstória Econômica, que vc vai ver que não só na Brasil, mas em toda américa Latina (isto sou eu quem estou dizendo)a sociedade foi construída sobre um projeto arcaico, baseado na grande propriedade de terras.
O grande problema não está na proteção, mas na concentração de terras nas mãs de poucos. O acesso à terras no Brasil é um privilégio de poucos...
No mais, a propriedade no Brasil é uma garantia Constitucional. Como vc pode dizer a sua proteção nos faz falta?

Werther Vervloet disse...

ultraseven, como disse o Luiz, mostre aonde se encontram nossas deficiências nessas áreas citadas. Mostre-nos porque estamos errados. Gostaria muito de ouvir seus argumentos e não apenas ataques infundados.

Werther Vervloet disse...

"No mais, a propriedade no Brasil é uma garantia Constitucional. Como vc pode dizer a sua proteção nos faz falta?"

Entre estar escrito na constituição e ser aplicado da maneira correta existe um precipício de distância. Sem contar, como já citei acima, existe aquela "ressalva" do art. 5o, inciso XXIII de que "a propriedade cumprirá sua função social", que dá margem pra todo tipo de absurdo, como desapropriação de terras...

Você, que fez faculdade de Direito, sabe muito bem disso.

Anônimo disse...

Achei interessante a construção do teu texto. Porém, acredito que a realidade retratada corresponde a menor parte de nossa sociedade atual, que pode afirmar ter direito de propriedade. Penso que o grande problema nos dois exemplos citados, de um produtor com direito e outro sem direito de propriedade, está na consciência: incentivos do primeiro geram um ciclo vicioso, contagioso e individualista, natural do ser humano. Já a falta de limites no segundo caso, também gera conflitos e desordem.

Seria interessante para cada um de nós, ter seu "direito de propriedade" em prática, demarcado por critérios justos. Mas, não seria problemático cituar tais critérios? Estabelecer e aplica-los, teria grande utilidade em nossa sociedade atual, acredito.

Anônimo disse...

Werther ataques infundados são má compreensão sua.

Cara, me desculpa, mas voces não são um pouco novos demais para serem tão reacionários?

O Brasil possui a pior distribuição de terra do mundo e voces estão preocupados em defender a propriedade de uma minoria? Ninguem quer acabar com a propriedade privada, um pouquinho de história te mostrará que o Brasil, e a America Latina, foram fundados a partir da propriedade, do lote. Isso é tão enraizado em nossa cultura que o sonho de qualquer um é ter sua "casa própria" (algo que na França é motivo de piada). Ou seja, achar que a propriedade privada no Brasil pode ser maculada é não ter noção nenhuma das nossas raízes culturais e da nossa história, além de ser, provavelmente, apenas mais um medo propagandeado pelo neo-liberalismo.

Voces apelam para a lógica como se ela fosse o melhor caminho para a tomada de decisões, a mesma lógica que foi instrumento para determinar a maneira mais eficiente de exterminar judeus na segunda guerra.

Tem outro texto de voces, neste blog, completamente equivocado a respeito do movimento feminista, tira conclusões machistas e atrasadas segundo uma noção medonha de um estudo que aponta diferenças óbvias, mas que são deliberadamente interpretadas por voces sem um minimo de desconfiança científica.

Dizem-se antimodernos e são modernistas até o último fio de cabelo em todas as conclusões...(não tem um de voces que faz filosofia?)

"A propriedade cumprirá sua função social" (deve ser voce que faz Direito tembém?), é interpretada da mesma maneira que o PFL ou a UDR interpretam, como se isso desse margem a destruição da propriedade privada ao invéz de entender que, na realidade, o texto defende uma melhor distribuição de terras e que na prática nem acontece mesmo.

"desapropriação de terras" não é absurdo nenhum, foi feito em praticamente todos os países europeus, e inclusive nos EUA (caso não saiba), e ajudou muito a alavancar estruturas economicas muito mais eficientes (sem ter nada a ver com uma desapropriação de cunho socialista).

CLT é negativa para a economia e para a sociedade? Só se for pra voce que esta sendo treinado para ser patrão, porque para quem é empregado, trata-se de uma grande conquista trabalhista. A única coisa que concordo com voces, nesse ponto, é que elas não são corretamente aplicadas porque não estão de acordo com uma visão macro da economia. Deveriam ser revistas, porém não invalidadas.

E no demais, a discussão é inútil. Voces estão sendo educados para se tornarem a elite deste país (já o são), e nossa elite é estremamente eficiente em se ausentar da responsabilidade social que, historicamente, as elites possuem. Quem fomenta a cultura, a inclusão social ou as artes? A elite. Não é problemático a elite morar em condominos fechados, o problema é ela não entender que mesmo o condominio fechado faz parte de uma cidade e que não se pode viver sem viver o coletivo. Não adianta ir de helicoptero de alphaville pra berrini, uma hora voce terá de viver a realidade do "chão", que é composto por favelas e miseráveis. Mas que exemplo temos disso? O pior possivel, quando o nosso antigo prefeito Serra, resolve construir pequenos "obstáculos" nas calçadas para que mendigos não possam deitar, ao invéz de tentar ir fundo na grave questão da falta de moradia. E voces estão repetindo esta atitude aqui, em praticamente todos os seus posts, preocupando-se enormemente com a taxa de juros, com a propriedade, com o andamento da economia, esquecendo o fundamental princípio de um ser humano consciente, o simples fato de querer um mundo um pouquinho melhor, um pouquinho mais justo e menos violento. Eu não ví um post que trouxesse uma proposta no campo da economia, que é a vossa praia, para integrar-se com outros setores atuantes da sociedade, com o simples propósito de uma melhoria social. Voces falham enormemente na equação. Ficam tão preocupados com a obtenção e a manutenção de capital que não percebem o prejuízo astronomico da má distribuição de renda do país. Voces ficariam satisfeitos em receber o seguro de vida dos pais de voces? Digo, não seria melhor investir em uma melhoria social, que diminuísse a violencia e diminuisse a possibilidade deles serem assasinados num farol qualquer? Parece que não. Afinal nada mais lógico que receber uma quantia de uma condição segurada, não foi sua culpa o ocorrido. Porém quanto valeria a vida deles, em termos monetarios? Não tenho duvida que a logica fria do sr.Spock te daria um numero, mas voce ficaria satisfeito? è meu amigo, apesar de não parecer, a culpa é tanto sua quanto do animal que puxou o gatilho.

Talvez isso seja uma enorme besteira pra voces. Aliás ficaria espantado se voce achasse o contrário.

Werther Vervloet disse...

Não estou preocupado em defender a propriedade de uma minoira, estou preocupado em defender a propriedade. Conceito que vai muito além da propriedade de terras ou imóveis apenas, diga-se de passagem.

Bom, se usar a lógica e ser racional não é o melhor caminho para se tomar decisões, imagino o que seja. Talvez tirar par ou ímpar, ou usar um dado?? Não entendi seu ponto.

A função social da propriedade é ser propriedade. Ser intocável. Apenas isso. E o que seria uma melhor distribuição de terras? Tirar de quem tem e dar para quem não tem? Roubar de um e dar para o outro? E não entendo porque citas tanto o PFL, que assim como o PL, é Liberal apenas no nome. Se dúvida, é só olhar as infelizes declarações de diversos membros do partido ao longo da história, e ver que estão no mesmo lugar que todos os outros: a esquerda.

E desapropriação com cunho redistributivo é o oposto de eficiência, assim como cobrar impostos de uns e dar de esmola pros outros (vide bolsa família, que é o tema de meu próximo texto). Qualquer um que tenha estudado economia sabe disso. Pergunte ao Brunno.

Qualquer tentativa de regulamentar o mercado de trabalho gera desemprego. Você que defendade tanto os desempregados devia parar para pensar nisso. Devia pensar no desincentivo que as leis trabalhistas representam para alguem que quer contratar um funcionário. Deveria pensar que o dinheiro que vai para a seguridade social poderia estar sendo pago na forma de salários, movimentando a economia. Esqueça sua doutrina, reflita com bom senso sobre o assunto, você verá que o que dizemos não é nenhum absurdo.

Sobre se ausentar da responsabilidade social, se nos conhecesse melhor, veria que nenhum de nós é uma máquina insensível, sendo treinada para enriquecer e pisar em todo mundo. Muito pelo contrário, somos tão preocupados com o rumo de nossa sociedade que gastamos nosso tempo escrevendo em um blog e discutindo com pessoas que pensam completamente diferente de nós. Não dinheiro nenhum por isso. Qual seria o motivo que nos leva a escrever aqui? Insanidade?

Ademais, esse fim do seu texto esta quase completamente sem sentido. Ninguem aqui é contra a melhoria social. Ninguem aqui é a favor da violência e, pasmem, ninguem aqui quer receber o seguro de vida dos pais (aliás, esperava um exemplo melhor de um colega jurista).

A diferença básica é que você defende a melhoria social tentando igualar o inigualável, leia os artigos antigos do blog, existem alguns com temas muito interessantes acerca dos temas violência, igualdade e etc.

Mas, resumidamente, você defende que o governo, ou seja lá quem for, roube os que possuem mais recursos e dê para aqueles que tem menos. O que eu defendo é que o crescimento econômico, mesmo que com má distribuição de renda, melhora a vida de todos. Se duvida, só comparar quem vive melhor, o pobre de hoje ou o pobre de 100 anos atrás?

A destribuição de renda não é algo injusto, se algumas pessoas tem mais e outras menos, é porque as que tem mais foram mais eficientes em fornecer ao mercado o que ele demandava. Algo de injusto? E sem aquele papinho de oportunidade, por favor. Afinal, no limite, acabariam com o amor, com a beleza, com a inteligância e tudo mais que de alguma forma diferencia um ser humano do outro. Afinal, que injusto alguem nascer bonito e outro feito. Que injusto a Angelina Jolie amar o Brad Pitt e não a mim. Que injusto alguem nascer tão inteligente e outro tão burro....

Anônimo disse...

Estava pensando no que escreveria sobre seu comentário à minha resposta, quando lí a seguuinte pérola: "A função social da propriedade é ser propriedade. Ser intocável. Apenas isso." o.O
Lego, vc é estudante de Direito da USp uma das melhores e mais tradicionais faculdades de Direito do País. Então explique, meu caro, de onde vc tirou esta brilhante conclusão!]
Quando eu voltar do Banco respondo vc! =D

Joel Pinheiro disse...

Caro ultraseven, é exatamente para ajudar a sociedade, para melhorar a situação dos mais pobres, que defendemos o livre mercado. E é exatamente para o bem da sociedade que defendemos a moral tradicional e a religião.

O socialismo e o relativismo, e todas as visões derivadas deles, são destrutivas não só espiritualmente e moralmente, mas também materialmente!
Ao contrário do que você erroneamente imagina, a CLT é responsável pela fome e pobreza de muitas pessoas no Brasil. E ao defendê-la você, consciente ou inconscientemente, ajuda a manter muitos na pobreza.

Um comentário sobre o "modernismo": com todo o respeito, Ultraseven, quem precisa estudar um pouco de filosofia é você, que obviamente não sabe bem o que fala nesse assunto, e por isso se prende a esse termo, usando-o com um aparente significado inédito.

Modernismo é uma heresia muito perniciosa que se iniciou no fim do século XIX, foi condenada pelo papa S. Pio X, mas mesmo assim se alastrou muito no século XX.
Alternativamente, é o nome dado a um movimento artístico do início do século XX, que embora tenha ligações com a heresia modernista, não se confunde nem necessariamente implica-a.

Você parece querer dizer por "modernista" alguém que acredita que a verdade seja absoluta e imutável. Você por acaso acha que isso é uma crença da "modernidade", Ultraseven? Acorde para a realidade: o conhecimento de que a verdade seja absoluta e imutável é aceito a milênios, afinal de contas é obviamente verdadeiro, e foi justamente na Modernidade (em oposição à Idade Média) que começou-se a questionar essa crença, nascendo assim as idéias de que a verdade é relativa, mutável, depende da cultura, etc.

Se errei em interpretar o uso que você faz do termo, esclareça-nos: O que você quer dizer com "modernismo"?
Se acertei na interpretação, então você o usa de forma muito imprópria, pois a humanidade sempre, especialmente na Antiguidade e na Idade Média (época a qual a Modernidade se opõe em muitos aspectos), acreditou que verdade não é algo que dependa do calendário.

Werther Vervloet disse...

" Estava pensando no que escreveria sobre seu comentário à minha resposta, quando lí a seguuinte pérola: "A função social da propriedade é ser propriedade. Ser intocável. Apenas isso." o.O
Lego, vc é estudante de Direito da USp uma das melhores e mais tradicionais faculdades de Direito do País. Então explique, meu caro, de onde vc tirou esta brilhante conclusão!]
Quando eu voltar do Banco respondo vc! =D "

Pois é, Sonja, te garanto que não foi lá na USP. Já que, infelizmente, até lá o comunismo está infiltrado e insistem em ensinar conceitos tão importantes como a propriedade de maneira viesada.

E se você discorda de minha interpretação da função social da propriedade, me mostre onde estou errado. E não me venha dizer que é porque pela doutrina a interpretação é outra que essa não cola. Aqui trato do conceito como ele é em sua essência, e não da maneira como ele é ensinado em nossas faculdades de Direito e, consequentemente, aplicado em nosso país.

Anônimo disse...

Lego, o que quer que eu diga a respeito do que seria a função social da propriedade estará errado para vc. Se até os professores da USP, que certamente são respeitados e renomados por terem um notável conhecimento em ciências jurídicas, vc afirma que o que eles entendem é enviesado, quem dirá eu! o.O
Se tudo que vcs acreditam é certo, verdadeiro e qualquer posição contrária é comunista, moralmente e espiritualmente pernicioso (by Joel pinheiro), não há o que se discutir!
E falar em conceito como ele é em sua essencia soou tosco demais para ser levado a sério! Muitos de vcs negam a origem da propriedade, como ela surgiu... como vem me falar em essência???
Faz-me rir! QUáaaaaa

Joel Pinheiro disse...

Sonja, nem tudo o que me contraria considero que seja tão ruim.
Mas o comunismo, a ausência de propriedade privada (de todos os bens ou apenas dos meios de produção) e os princípios que levam a ele, eu considero de fato maus.

Todo erro é mau. Alguns são piores que outros.
Até você concorda com isso, ao discordar da gente e tentar nos convencer; ou seja, admite implicitamente que acreditar no erro seja ruim e que melhor é conhecer a verdade.

Anônimo disse...

Em momento algum eu tentei convencer as pessoas de que eu sou a certa! Apenas manifesto a minha discordância! E sei que posso estar errada, como já aconteceu de eu admitir que errei ao acreditar que o Lula fosse capaz!
Quem fala em verdade, em certo e errado é vcs!

Eu nem to falando em comunismo!
Alguma vez eu falei?

No mais, eu acredito que as pessoas bem intencionadas, quando erram, o faz acreditando que está acertando. Somente depois, ao ver as consequencias, se dá conta de que foi um erro... Todo mundo passa por isso, infelizmente!
Só que uns são mais humildes para admitir e outros não! =D

Eu por exemplo, sou adepta de que o capitalismo, não seria um erro, mas o caminho... Pq eu creio que o comunismo é a superação do capitalismo. Que quando todas as forças produtivas tiverem se desenvolvido de tal forma que pudesse distribuir riquesas e bem-estar a todos, nós "caminharíamos" para o comunismo. Mas isso é uma longa discussão! =D

Viu o scrap que te mandei?
Um abraço!

Anônimo disse...

Caras voces estão completamente centralizados num mundo onde a fraternidade é nula.

"modernismo" --> vide Argan. E se voce continuar com essa sua incompreensão do termo, não me culpe, vá voce completar os estudos de filosofia.

"Defender a CLT"... - Que grau de dificuldade de visão voce tem...primeiro, eu defendo sim um sistema juridico que minimize a exploração. Segundo, dizer que é isso que causa miséria é ridículo e infundado. Muito mais miséria traz a nossa carga tributária e um mercado que auxilia tanto o capital especulativo ao invez do produtivo.

Voces são uns apavorados achando que a qualquer momento vão tomar a propriedade que é tão impotante para voces. Todos contrários a voces são comunistas e revolucionários...por favor. Não tenho nada de comunista e estou muito bem de acordo com o fato de que o capitalismo é o sistema mais realizador que possuímos. O chato é que na defesa da liberdade (liberdade, igualdade e fraternidade), destruimos qualquer possibilidade de igualdade e, a unica condicionante que poderia amenizar esse conflito, a fraternidade, é algo inexistente ou puramente ideológico, já que é claro que não faz parte da sua práxis. Dizer que bolsa família é ruim é de uma insensibilidade social estúpida, voce não passa fome e 50 reais para voce não paga nem a sua balada (mas que culpa voce tem disso?). Voce não consegue enxergar um palmo além do seu notebook, se quiser criticar o assistencialismo, eu estou do seu lado, mas voce sempre erra o alvo de suas críticas.

Do que adianta entender tanto de economia se voce não a retorna para a sociedade? Não venha me dizer que voce está contribuindo enormemente realizando esse blog, ou com seus estudos, ou com seu trabalho, isso seria criancice. Duvido que voce já tenha posto o pé dentro de alguma favela, então, já que te falta assombrosamente a práxis, ao menos seja mais humilde em aplicar a sua dúbia ideologia, que de verdade absoluta, tem muito pouco ou quase nada.

"A diferença básica é que você defende a melhoria social tentando igualar o inigualável, leia os artigos antigos do blog, existem alguns com temas muito interessantes acerca dos temas violência, igualdade e etc." - É óbvio que é impossivel atingir a igualdade em um sistema que defende a liberdade (liberdade de explorar o homem), como eu também prefiro a liberdade concordo com voce, o problema é que mais uma vez voce não entendeu nada. O que eu defendo é simplesmente uma fraternidade maior entre os homens onde a sua fria lógica dita racionalista não nos leve novamente a soluções desastrosas. Aliás, sim meu amigo, a lógica não é nem de perto o melhor sistema para tomada de decisãoes, se assim fosse, o xadrez não seria o jogo mais fenomenal que existe. Ou o Go, voce escolhe.

"Mas, resumidamente, você defende que o governo, ou seja lá quem for, roube os que possuem mais recursos e dê para aqueles que tem menos." - Não. Sou totalmente contra quaquer ação autoritária contra a liberdade de um individuo. Mais uma vez voce não entendeu nada.

"O que eu defendo é que o crescimento econômico, mesmo que com má distribuição de renda, melhora a vida de todos." - Depois dessa frase não dá para não te achar um grande reacionário. Voce simplesmente falou tal qual Pilatos. Crescimento economico com má distribuição de renda não melhora a vida de todos, melhora a de quem detem os meios de produção e o capital financeiro.

"Se duvida, só comparar quem vive melhor, o pobre de hoje ou o pobre de 100 anos atrás?" - Aqui voce se superou, errou completamente a sintese. Não interessa se o pobre do passado vivia pior que o de hoje, o que interessa é que o adjetivo nunca muda e nem diminui. "Pobre". E voce diz isso com uma tranquilidade tão grande...voce realmente acredita nessa ilusão de que voce esta preocupado com a sociedade? Voce está preocupado em defender a desigualdade e a miséria.

"A destribuição de renda não é algo injusto, se algumas pessoas tem mais e outras menos, é porque as que tem mais foram mais eficientes em fornecer ao mercado o que ele demandava. Algo de injusto?" - Sim. É a mesma coisa que dizer que somente os fortes sobrevivem, voce defende isso porque é forte. Defenderia isso se fosse um excluído?

"E sem aquele papinho de oportunidade, por favor. (Papinho?? Voce esta na Ibmec e tem gente que não pode estudar porque tem de trabalhar desde cedo meu caro) Afinal, no limite, acabariam com o amor, com a beleza, com a inteligância e tudo mais que de alguma forma diferencia um ser humano do outro(Diferença sim, sempre! Porém igualdade também!) . Afinal, que injusto alguem nascer bonito e outro feito. Que injusto a Angelina Jolie amar o Brad Pitt e não a mim. Que injusto alguem nascer tão inteligente e outro tão burro...." - Aqui voce simplesmente demostra que voce pensa estar acima de muita gente, e de fato, realmente está, e vai permanecer aí pelo resto da vida porque no fundo voce é um comodista. Não é no Direito que a gente aprende que todo mundo deveria ser igual? Antes que voce não entenda nada novamente, o "igual" não diz repeito a perda das caracteristicas particulares.

"Caro ultraseven, é exatamente para ajudar a sociedade, para melhorar a situação dos mais pobres, que defendemos o livre mercado. E é exatamente para o bem da sociedade que defendemos a moral tradicional e a religião." - Caro Joel, eu simplesmente lhe acho fascinante. Voce possui uma pureza de raciocinio que é algo formidável, infelizmente não concordo com voce. Livre mercado sem consciencia social nunca ajudou e nunca vai ajudar o mais pobre. Defender a moral tradicional e a religião é discurso do George Bush, voce deveria defender é a democracia e o diálogo para tentarmos acharmos todos juntos nossos caminhos que, não necessariamente, se apóiam nesses seus conceitos.

Joel, sua argumentação, mesmo que diametralmente oposta a minha, é bem conceituada e me faz crescer muito, a reflexão que voce provoca é muito proveitosa e me agrada bastante. Por isso, obrigado.


Werther, nossa discussão as vezes usa palavras um pouco duras e pode ofender tanto um quanto outro. Se caso isso ocorra, quero deixar bem claro que não tinha a menor intenção de lhe desagradar e peço, antecipadamente, desculpas. Também agradeço pela sua força opositora e grande capacidade de argumentação.

Acredito nas palavras dos autores do blog que querem somente fomentar debates e declarar suas reflexões. Realmente a iniciativa é louvável.

Parabéns a voces todos.

Mas continuo a achar que voces não estão TOTALMENTE certos.

Joel Pinheiro disse...

Sonja, quem argumenta tenta convencer o outro lado.
Se você discordar disso e argumentar contra essa minha afirmação, estará tentando provar que a sua crença é a verdadeira, e portanto estará tentando me convencer.

Dizer "eu acredito em..." e "eu acredito que seja verdade que..." são sinônimos.

Não uso Orkut na sexta-feira. Portanto verei seu scrap amanhã.

Boa noite

Anônimo disse...

Ultra7, concordo (em parte) com o que disse. Queria apenas deixar algumas coisas um pouco mais claras.
1- Em relacao a seu comentario sobre a logica... Cara, que ela tenha sido utilizada por nazistas eu ate aceito, mas ela nao passa de um instrumento ou meio de organizar o pensamento (e analisar argumentos imparcialmente). Seria como criticar os avioes porque sao utilizados para fins militares (bombardeios, etc)... Consegue imaginar qualquer exposicao de pensamentos sem ela? Ela nao impede a existencia de uma visao mais solidaria e "humana", ela apenas organiza o raciocinio.
2- O trabalho eh uma troca, nao uma exploracao (obviamente estou ciente da existencia de alguns casos de abusos... excecoes).
3- A CLT PODE sim ser prejudicial a sociedade. Um empregador tem 1000 para gastar com mao de obra. Ele poderia contratar duas pessoas (salarios de 500), ou contratar uma e investir na producao, ou entao aplicar para construcao e uma nova empresa (todos investimentos "produtivos")... Medidas trabalhistas (por exemplo) fazem com o que o gasto com um trabalhador passe para 1000 e ele consiga apenas contratar uma pessoa (resultando em menos trabalho, investimento, etc)... ENTENDO que se 1000 for o minimo para que a pessoa viva dignamente, ele deve ser garantido (em SP o salario minimo esta abaixo do preco de equilibrio do mercado de trabalho e por isso nao faz com que os empregadores demandem menos trabalho, mas no RJ o salario minimo esta prejudicando a producao e o crescimento), mas muitos dos beneficios trabalhistas apenas desincentivam os empregadores!
4- Todos nos concordamos com a gravidade do problema da carga tributaria (problema ate mais grave que o dos encargos trabalhistas).
5- O direito de propriedade eh importante para nos porque ele eh o incetivo basico para que as pessoas trabalhem, produzam, invistam... Eh uma garantia.
6- Prefiro o bolsa-familia a "investimentos sociais" de fachada, mas gostaria ainda mais que nosso dinheiro fosse gasto com a melhoria da qualidade do ensino nas escolas publicas, por exemplo.
7- Tenho consciencia da situacao da nossa sociedade e estudo exatamente para utiliar o que aprendo para sua melhora.
8- Nao hesito em afirmar que o crescimeto economico agregado melhora a vida de todos. Podemos ver o que esta acontecendo com a India, a Irlanda, a China... Concordo que a renda dos mais pobres normalmente cresce menos que a dos mais ricos. De forma absoluta eles estao melhores, mas relativamente nao e sei que isso acarreta em diversos conflitos e problemas sociais. Eh papel do Estado a distribuicao. O que quero dizer eh que nao ha como negar que o sistema "capitalista" (de mercado) eh o melhor em fazer o "bolo" crescer e as fatias de todos crescerem (o determinacao do tamanho relativo das fatias depende do Governo).
9- Defendo o direito de oportunidades e com isso quero dizer o direito a educacao de qualidade (dessa forma todos sao capazes de "competir" e atingir resultados por merecimento) e outros direitos basicos como (moradia, saude...).

Werther Vervloet disse...

Primeiramente, ultraseven, gostaria de dizer que a facilidade com que você apela para termos agressivos é impressionante. Uma pessoa que tenha cursado até a oitava série consegue escrever exatamente as mesmas coisas sem descer tanto o nível. Lamentável que uma pessoa com curso superior não o faça.

Sinceramente, não sei que tipo de discussão você está acostumado a ter, mas aqui apelar não intimida ninguem, muito menos consegue respeito. A cada ataque gratuito que você realiza apenas o faz cair em meu conceito. E não me venha dizer que é natural do debate, pois não vi uma ofensa sequer contra sua pessoa por aqui.

"Caras voces estão completamente centralizados num mundo onde a fraternidade é nula."

Errado. Você que quer viver em um mundo onde a fraternidade seja imposta pelo governo. Aliás, que a única fraternidade que existe é por meio do governo.

""Defender a CLT"... - Que grau de dificuldade de visão voce tem...primeiro, eu defendo sim um sistema juridico que minimize a exploração. Segundo, dizer que é isso que causa miséria é ridículo e infundado. Muito mais miséria traz a nossa carga tributária e um mercado que auxilia tanto o capital especulativo ao invez do produtivo."

Que grau de dificuldade de leitura você tem. Em lugar nenhum eu disse que essa é a única causa de miséria. Leia direitinho. Mas é um fator que contribui SIM. E a carga tributária que você acaba de atacar, é usada pra financiar os projetos sociais que você tanto estima. Quanto mais serviços socias, mais impostos. Fácil assim.


"O chato é que na defesa da liberdade (liberdade, igualdade e fraternidade), destruimos qualquer possibilidade de igualdade e, a unica condicionante que poderia amenizar esse conflito, a fraternidade, é algo inexistente ou puramente ideológico, já que é claro que não faz parte da sua práxis."

Gostaria de ouvir o argumento por trás de tão brilhante conclusão. Me parece algo infundado o que você quis dizer. Aliás, por Igualdade, deve-se entender igualdade de DIREITOS, e não igualdade material, certo? Senão caimos no comunismo, e você já disse não ser comunista....


"Dizer que bolsa família é ruim é de uma insensibilidade social estúpida, voce não passa fome e 50 reais para voce não paga nem a sua balada (mas que culpa voce tem disso?). Voce não consegue enxergar um palmo além do seu notebook, se quiser criticar o assistencialismo, eu estou do seu lado, mas voce sempre erra o alvo de suas críticas."

Insensibilidade estúpida é continuar argumentando com você, visto que uma porta tem mais educação, mas sou persistente e continuarei mesmo assim.

O bolsa família é uma fraude eleitoral, uma afronta ao seu tão querido processo democrático. ELE É UM PROGRAMA DE COMPRA DE VOTOS, e só alguem cego não vê isso. Como disse o Brunno, preferia mil vezes mais que o dinheiro estivesse sendo gasto em educação. Seria melhor para a redução da desigualdade no longo prazo e mais justo com o contribuinte. Mas, pra se ganhar um eleição é muito mais fácil dar a grana na mão das pessoas.

"Do que adianta entender tanto de economia se voce não a retorna para a sociedade? Não venha me dizer que voce está contribuindo enormemente realizando esse blog, ou com seus estudos, ou com seu trabalho, isso seria criancice. Duvido que voce já tenha posto o pé dentro de alguma favela, então, já que te falta assombrosamente a práxis, ao menos seja mais humilde em aplicar a sua dúbia ideologia, que de verdade absoluta, tem muito pouco ou quase nada."

Sua falta de argumentos é visível, ultraseven. Sempre apelando pro lado pessoal, fazendo ataques sem sentido e usando "argumentos" que não tem o menor fundamento. Se esforça um pouquinho mais, cara.
Poderia chegar aqui e começar a levantar um monte de suposições infundadas a seu respeito. E ficaríamos discutindo quem já foi em favela, quem é mais bonzinho que quem, quem ajuda os outros e etc. Ia ser muito produtivo pro assunto...

"- É óbvio que é impossivel atingir a igualdade em um sistema que defende a liberdade (liberdade de explorar o homem), como eu também prefiro a liberdade concordo com voce, o problema é que mais uma vez voce não entendeu nada. O que eu defendo é simplesmente uma fraternidade maior entre os homens onde a sua fria lógica dita racionalista não nos leve novamente a soluções desastrosas."

Somos dois que defendemos uma maior fraternidade entre os homens. Só que eu defendo que ela seja espontânea e pautada por valores morais sólidos. Você defende que o governo obrigue todos a serem fraternais (algo que não faz o menor sentido, diga-se de passagem).

Sobre a lógica, o Brunno disse bem, e leia o texto do Luiz.

"Não. Sou totalmente contra quaquer ação autoritária contra a liberdade de um individuo. Mais uma vez voce não entendeu nada."

Bolsa família? Tirar de quem tem (impostos) e dar pra quem não tem (esmola). Parece que nem você se entende.

""Se duvida, só comparar quem vive melhor, o pobre de hoje ou o pobre de 100 anos atrás?" - Aqui voce se superou, errou completamente a sintese. Não interessa se o pobre do passado vivia pior que o de hoje, o que interessa é que o adjetivo nunca muda e nem diminui. "Pobre". E voce diz isso com uma tranquilidade tão grande...voce realmente acredita nessa ilusão de que voce esta preocupado com a sociedade? Voce está preocupado em defender a desigualdade e a miséria."

Como não importa? É claro que importa. Isso mostra que o crescimento economico leva a uma melhoria para todos.

E defendo a existência da desigualdade SIM. Seres humanos são diferentes entre sí por natureza. É injusto com alguem que seja mais produtivo querer que ele seja OBRIGADO a ter o mesmo que uma pessoa que não é tão produtiva. Você não consegue entender isso?
Quanto a miséria, sou completamente contra, como qualquer ser humano com um mínimo de compaixão.

"Sim. É a mesma coisa que dizer que somente os fortes sobrevivem, voce defende isso porque é forte. Defenderia isso se fosse um excluído?"

Não, não é dizer que os mais fortes sobrevivem. É dizer que os melhores ganham mais. É errado? Deveríamos nos preocupar em formar mais melhores, e não em igualar os melhores com os piores. Além de fazer com que a vida dos piores melhore, mas de maneira natural. Para que isso ocorra, o necessário é o crescimento econômico, nada mais.

Por isso, pra seu espanto, sou pró ensino público. Acredito que a maneira mais eficiente e menos injusta de se promover o crescimento e, consequentemente, levar a uma melhoria na vida de todos.

"Diferença sim, sempre! Porém igualdade também!"

???
Igualdade de Direitos, espero. Porque senão essa é a coisa mais sem sentido que já li em minha vida.

"Aqui voce simplesmente demostra que voce pensa estar acima de muita gente, e de fato, realmente está, e vai permanecer aí pelo resto da vida porque no fundo voce é um comodista. Não é no Direito que a gente aprende que todo mundo deveria ser igual? Antes que voce não entenda nada novamente, o "igual" não diz repeito a perda das caracteristicas particulares."

Não é uma questão de estar acima ou abaixo. É uma questão de diferença. Certamente não sou igual a ninguem, e consideraria uma afronta se fosse igualado a todos os outros. Por exemplo, não me sinto injustiçado por um jogador de futebol ganhar muito mais do que eu. Afinal, existe uma demanda grande por um serviço que, por meio de suas características pessoais, ele executa com qualidade. Está certo que ele ganhe proporcionalmente a isso. Embora pessoalmente ache um desperdício de recursos, não considero de maneira alguma uma prática injusta.

No Direito, a gente aprende que as pessoas devem ter Direitos iguais. Direito à vida, direito à propriedade, direito a liberdade de ir e vir, de expressão e etc. E isso eu defendo até o fim. O que não defendo é que de maneira artificial, e passando por cima da maioria dos direitos supracitados, que tentem igualar os seres humanos. Porque como disse, mesmo que um dia todos venham a ter os mesmos bens materiais, existirão os mais bonitos, os mais feios, os mais engraçados, os mais fortes, os mais inteligentes, e por ai vai.... Isso não vai mudar nunca, nunca.

Portanto, o fato de um ser rico e o outro não, não é errado. Afinal, por meio de sua individualidade, um conseguiu ganhar mais dinheiro que o outro.

Anônimo disse...

Brunno,
suas ponderações são corretas, não duvido delas, o que eu sou contra é a utilização da lógica sem atenuantes. Como voce é um cara extremamente ponderado eu te faço um convite, venha em uma reunião para urbanização de favelas com uma comunidade e o poder público reunidos. Voce vai aprimorar suas vizões, que não estão incorretas, como também não estavam as do Joel, só acho que voces poderiam afinar elas de uma maneira melhor ainda, que eu tenho certeza, serão extremamente benéficas para a contribuição à sociedade.

Werther,
cara voce se acha muito melhor que um mendigo. Voce não é. Voce só possui mais valor porque tem capacidade maior de gerar capital.

Seus argumentos são ridículos. Voce se pauta na diferença dos homens de uma maneira asquerosa. Voce é um exemplo da bela educação americanoíde que estamos sofrendo. Pare de ver o "perigo vermelho" em tudo, voce está vivendo uma época passada.

Voce não possui consciencia social nenhuma, não teve nenhum contato com isso e não admite nada que venha dessa seara.

Não consegue nem ao menos entender o conceito de "fraternidade", acha que isso é assistencialismo.

Agressivo? Voce é uma criança? Vira homem rapaz! Tá com medo de debater com quem? Ou voce nunca vai descer do seu pedestal e falar com gente do povo? Ou voce pensa que pode conversar com essa sua lábia maravilhosa com alguem menos instruido? Pelo visto voce nunca entrou em debates sérios nem em area jurídica. Acostume-se com isso. Educação é outra coisa e posso lhe informar que voce também não a possui.

Aliás se voce não é censurado por me chamar de porta, retribuo a gentileza. Voce é um cancer pra humanidade garoto. Voce é uma perda de tempo irreparável, fique no seu mundo onde voce é o máximo.

Voce ainda precisa conhecer muita coisa do mundo real.

Werther Vervloet disse...

Eu preciso conhecer muita coisa do mundo real, e você precisa aprender a dialogar como gente, e não como um animal. Fica o conselho pra sua vida, aprenda a se portar como um ser humano, é legal e faz bem! ;)

Tenho certeza que lhe deram educação melhor em casa, faça uso dela. Se não deram, só lamento. Talvez o governo devesse ter te educado.

Quanto as suas demais ofensas, é o que sempre digo. Um imbecil nervosinho é sinônimo de trabalho bem feito.

E não sou rancoroso, se aparecer com argumentos ficarei feliz em rebate-los, mas se for pra ficar no baixo nível, é melhor nem aparecer por aqui.

Passar bem.

Jorge Ramiro disse...

Eu acho que é muito importante o que é publicado aqui. No ano passado eu fui de férias para o Equador e decidi alugar um apartamento. Eu acho que é um bom negócio.