Dia da consciência negra! Dia de combater o racismo; uma nobre causa. Já está nas livrarias o novo livro de Antônio Risério sobre a questão racial no Brasil, que apresenta uma visão original sobre o tema. Finalmente uma voz de peso e autoridade contra o movimento negro militante que espera combater racismo com mais racismo.
Também eu vou falar sobre o racismo; mas nada de cotas neste blog. Se já sou contra leis que proíbam empresas de discriminar por cor na hora de contratar, o que dizer de leis que ditem a cor a ser contratada? É o debate mais amplo do racismo que me interessa; mesmo porque acho que ele está, ironicamente, repleto de preconceitos.
Há algo, chamado “racismo”, que todos, inclusive eu, concordam ser condenável. Uma definição dele que considero muito boa é “ódio racial”; racismo é odiar (isto é, querer o mal de) alguém por sua cor de pele, tipo de cabelo, formato dos olhos, etc, ou então por traços culturais de sua etnia. É algo desprezível deixar que um traço totalmente acidental da pessoa, que em nada muda sua essência humana, nos faça tratá-la de forma sub-humana. E não há dúvida de que isso exista no Brasil de várias formas, embora eu, branco, não o sinta na pele.
Contudo, o termo “racismo” é usado de forma muito mais abrangente, o que é prejudicial na luta contra ele. Qualquer afirmação que faça referência à cor de pele já é suspeita de racismo. Afirmar que as diferentes raças (ou sub-raças, ou o nome que se preferir) possam ter diferenças de aptidão é proibido. Apontar diferenças de comportamento é também muito mal-recebido. A situação é tal que um branco já não pode sequer se referir a alguém como negro sem criar um certo constrangimento.
Uma coisa é ódio racial; outra, é atribuição de diferenças. Essa pode ser conseqüência daquele; é o caso, por exemplo, de alguém que, por nutrir ódio contra uma raça, apóie pesquisas que mostrem essa raça como menos inteligente. Mas nem todos são assim; uma pessoa pode legitimamente crer que uma raça seja menos inteligente (crença que pode ser verdadeira ou falsa) sem por isso ser culpada de racismo (ódio racial). O mesmo vale para juízos muito mais prosaicos: ao se ver um jovem japonês, crer que ele é dos melhores alunos da sala. Claro que a crença pode estar certa ou errada com relação ao indivíduo em questão; mas em geral os japoneses são de fato bons alunos, e portanto o juízo discriminatório tem razão de ser. E quem apostaria no branco numa luta de boxe?
Que isso não leve ninguém a fazer juízos sérios sobre o caráter de outro com base apenas em freqüências estatísticas. Mas quando nada sabemos ou podemos saber sobre o indivíduo, ignorar a experiência passada e acumulada é simplesmente tolo.
Outra coisa que não é racismo é considerar mais bonitas pessoas dessa ou daquela raça. Não há nada de errado com o fato de uma pessoa preferir aquelas com cuja aparência e jeito de ser já está mais habituado pelo convívio; pelo contrário, é perfeitamente normal, e não motivo de vergonha ou que exija mil explicações. E são dessas percepções de diferença que surge o humor, uma das formas que os homens conhecem de lidar com o que é diferente e torná-lo familiar. Embora possa ser excessivo ou mal-utilizado, não é, em si, condenável; e se a luta contra o racismo nos obriga a obliterar o senso de humor, há algo de errado nessa concepção de racismo.
Grande parte da luta do movimento anti-racista, cuja motivação inicial é boa, é gasta com iniciativas tolas: impedir que se discrimine o que é de fato diferente. Pois é claro que existem diversas diferenças entre as raças: jeito de ser, temperamentos, aptidões físicas e intelectuais, etc. Ao se impedir que elas sejam publicamente expressas, sem constrangimento e sem ódio, mata-se as possibilidades de convivência harmônica. Sem abertura, liberdade e senso de humor não se acabará com o verdadeiro racismo; antes, ele aumentará, escondido por detrás de relações cada vez mais rígidas e de divisões cada vez mais profundas.
Também eu vou falar sobre o racismo; mas nada de cotas neste blog. Se já sou contra leis que proíbam empresas de discriminar por cor na hora de contratar, o que dizer de leis que ditem a cor a ser contratada? É o debate mais amplo do racismo que me interessa; mesmo porque acho que ele está, ironicamente, repleto de preconceitos.
Há algo, chamado “racismo”, que todos, inclusive eu, concordam ser condenável. Uma definição dele que considero muito boa é “ódio racial”; racismo é odiar (isto é, querer o mal de) alguém por sua cor de pele, tipo de cabelo, formato dos olhos, etc, ou então por traços culturais de sua etnia. É algo desprezível deixar que um traço totalmente acidental da pessoa, que em nada muda sua essência humana, nos faça tratá-la de forma sub-humana. E não há dúvida de que isso exista no Brasil de várias formas, embora eu, branco, não o sinta na pele.
Contudo, o termo “racismo” é usado de forma muito mais abrangente, o que é prejudicial na luta contra ele. Qualquer afirmação que faça referência à cor de pele já é suspeita de racismo. Afirmar que as diferentes raças (ou sub-raças, ou o nome que se preferir) possam ter diferenças de aptidão é proibido. Apontar diferenças de comportamento é também muito mal-recebido. A situação é tal que um branco já não pode sequer se referir a alguém como negro sem criar um certo constrangimento.
Uma coisa é ódio racial; outra, é atribuição de diferenças. Essa pode ser conseqüência daquele; é o caso, por exemplo, de alguém que, por nutrir ódio contra uma raça, apóie pesquisas que mostrem essa raça como menos inteligente. Mas nem todos são assim; uma pessoa pode legitimamente crer que uma raça seja menos inteligente (crença que pode ser verdadeira ou falsa) sem por isso ser culpada de racismo (ódio racial). O mesmo vale para juízos muito mais prosaicos: ao se ver um jovem japonês, crer que ele é dos melhores alunos da sala. Claro que a crença pode estar certa ou errada com relação ao indivíduo em questão; mas em geral os japoneses são de fato bons alunos, e portanto o juízo discriminatório tem razão de ser. E quem apostaria no branco numa luta de boxe?
Que isso não leve ninguém a fazer juízos sérios sobre o caráter de outro com base apenas em freqüências estatísticas. Mas quando nada sabemos ou podemos saber sobre o indivíduo, ignorar a experiência passada e acumulada é simplesmente tolo.
Outra coisa que não é racismo é considerar mais bonitas pessoas dessa ou daquela raça. Não há nada de errado com o fato de uma pessoa preferir aquelas com cuja aparência e jeito de ser já está mais habituado pelo convívio; pelo contrário, é perfeitamente normal, e não motivo de vergonha ou que exija mil explicações. E são dessas percepções de diferença que surge o humor, uma das formas que os homens conhecem de lidar com o que é diferente e torná-lo familiar. Embora possa ser excessivo ou mal-utilizado, não é, em si, condenável; e se a luta contra o racismo nos obriga a obliterar o senso de humor, há algo de errado nessa concepção de racismo.
Grande parte da luta do movimento anti-racista, cuja motivação inicial é boa, é gasta com iniciativas tolas: impedir que se discrimine o que é de fato diferente. Pois é claro que existem diversas diferenças entre as raças: jeito de ser, temperamentos, aptidões físicas e intelectuais, etc. Ao se impedir que elas sejam publicamente expressas, sem constrangimento e sem ódio, mata-se as possibilidades de convivência harmônica. Sem abertura, liberdade e senso de humor não se acabará com o verdadeiro racismo; antes, ele aumentará, escondido por detrás de relações cada vez mais rígidas e de divisões cada vez mais profundas.
16 comentários:
Oi Joel
vim parar aqui pelo link do blog do meu irmão, o cláudio, do gustibus
antes de mais nada, gostaria de me declarar completamente a favor da política de quotas, e que eu não sou daqueles que chegam comentando em maiúsculas e cheio de palavrões :-)
quanto à declaração do Watson, foi a seguinte
"[1]Todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles [dos negros] é igual à nossa, apesar de todos os testes dizerem que não", afirmou o cientista. "[2]Pessoas que já lidaram com empregados negros não acreditam que isso [a igualdade de inteligência] seja verdade."
[1] pode até não ser racismo (hello! alguém falou em termos percentuais QUANTO é a diferença?)
[2] É RACISMO SIM.
e repasso o contra-argumento de um professor da UFMG, Sérgio Danilo Pena.
"O Watson confunde uma situação histórica e social da África com uma situação biológica", disse. "O que acontece é que os africanos foram vítimas de uma colonização brutal por parte dos europeus."
fonte - http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u337682.shtm
Olá Kenji.
Obrigado pelas informações.
De fato, pode bem ser que Watson seja racista; não creio que seja necessariamente o caso.
A questão é o que motiva essas crenças dele, e o mais importante: como ele trata pessoas de outras raças. Se não tem por elas ódio ou desprezo, se não as desrespeita, não creio que haja necessariamente algo de moralmente errado em acreditar nas crenças que ele acredita.
Não partilho delas, por sinal.
Por fim, a questão de se a origem das diferenças entre raças está em fatores biológicos ou culturais é muito relevante. Não me espantaria nada se se descobrisse que ambos explicam em parte as diferenças de comportamento.
Mas veja só: tem gente que não aceita sequer que haja diferenças. Se se aceita que as diferenças de comportamento existem (causadas seja por cultura, seja por genes, seja por outra coisa), as afirmações do Watson são perfeitamente possíveis.
Também acho, contudo, que por trás delas tem muitos preconceitos não-examinados e falsas informações da sabedoria popular sobre os negros.
quanto à abertura, liberdade e senso de humor, elas virão ao seu devido tempo.
antes disso, temos décadas de injustiça para corrigir (infelizmente, herdamos a dívida e cabe a nós pagá-la) e até que seja feito algo EFETIVO, teremos que lidar com bastante ódio e bastante racismo dos dois lados
afinal, acho que já é querer demais que o sujeito que tá sofrendo ainda tenha que fazer cara boa. haja respeito.
quanto à teoria do Watson, recomendo que vc procure um biólogo sério prá te dar uma opinião embasada.
Pelo menos os biólogos com doutorado com quem eu trabalho aqui em BH e em washington DC concordam comigo, mas nenhum deles ganhou um prêmio Nobel por coisa nenhuma ;-)
acho que ele vai confirmar para vc que o watson é racista E sexista, afinal, nada impede que um ganhador do Nobel seja um crápula
"quanto à abertura, liberdade e senso de humor, elas virão ao seu devido tempo."
Não!
Esse é o caminho que notadamente não funciona. Esse é o caminho adotado pelos movimentos negros americanos, e que vem sendo utilizado no Brasil. E o racismo só tem aumentado; as relações entre brancos e negros se tornam mais artificias e rígidas.
A liberdade e abertura, às quais você se refere com certo descaso, não são um bônus extra a ser concedido depois de se resolver o problema; são a via fora da qual o problema não será resolvido.
acho que o racismo não tem aumentado, ele só está ficando menos hipócrita ;-), o que ao meu ver, é um ótimo sinal.
quando vc tem um monte de gente, vítima de preconceito, calada, significa que elas não se acham nem na condição de lutar pelos seus direitos.
ou vc acha que alguma ditadura no mundo teria acabado se a oposição fosse cordial e educada? ;-)
ninguém pegou em armas por enquanto, beleza. mas o bate boca é inevitável e só vai aumentar, até que o problema seja resolvido.
Relativamente ao tópico do racismo, existem dois pontos que gostaria de abordar.
O primeiro que abordarei é o apoio que se faz sobre a biologia para comprovar que não existem diferenças entre as raças e que portanto fazer distinções não é correcto e é na realidade racista. Ora, balelas! Se não houvessem diferenças, então seríamos todos iguais: a mesma altura, a mesma cor de pele, o mesmo tipo de cabelo, a mesma cara,... Seríamos clones uns dos outros!
No entanto, a realidade é que nós somos todos diferentes, e isso é intra-racial e, assim como, inter-racial. Se dentro da mesma raça conseguimos encontrar pessoas tão diferentes umas das outras, então o que dizer relativamente a grupos de pessoas que tiveram períodos de evolução separada?
E, respondendo directamente aos “biólogos”, que usam a grande similaridade de ADN para comprovar a sua ilação acima referida relativamente às raças, pergunto que dirão eles da similaridade que existe entre o ADN do Homem e do Chimpanzé... Biólogos que tirem tais conclusões não o fazem no verdadeiro espírito da Ciência. A verdade é que nem eles conseguem perceber ainda completamente os mecanismos de formação de um indivíduo a partir do ADN e o nível de flexibilidade do mesmo.
O segundo ponto que desejo abordar, e que acho que foi até agora deixado em branco, tem a ver com a percepção que os grupos anti-racismo têm, nomeadamente: um grupo vítima historicamente de racismo não pode ser um veículo do mesmo tipo de opressão, e qualquer acção com uma perspectiva negativa realizada sobre um indivíduo desse grupo é racismo.
Tanto um como o outro são coisas que se vê bastante hoje vindo dos grupos de protecção das minorias e qualquer pessoa que se atreva a se opôr é praticamente ostracizada, condenada e publicamamente humilhada.
Portanto, Joel, não diria que estas sejam iniciativas tolas, mas sim iniciativas que demonstram um nível perigoso de extremismo e fundamentalismo, só que disfarçado de ciência.
Concordo com você!
Nem sempre se trata de um mero erro, de ignorância inculpável.
Quanto mais extremada e radical a defesa da militância racial, maior o teor que se espera encontrar de desonestidade, desejos velados de poder, inveja, ódio, etc.
boa joelzinho
interessante o argumento biológico das raças...
o problema, ao meu ver, é que raça é um conceito muito claro para determinadas coisas e muito difuso para outros.
por exemplo, se a folha divulga a causa da morte de negros e brancos no brasil, parece ser nítida a distinção racial. Ou mesmo se alguém aqui entrar numa prisão, ou no congresso nacional e contar o número de senadores e deputados negros, aparentemente é possível chegar numa precisão e consenso bastante exatos sobre quantos e quem são negros e quem não é.
porém, quando a discussão parte para as quotas ou reivindicação de direitos, subitamente somos assolados por terríveis dúvidas científicas, biológicas, morfológicas, fenotípicas sobre quem é negro e quem não é.
não é interessante? é como se a placa de velocidade máxima na estrada fosse em km/h mas a aplicação da multa fosse em mm/s ;-)
quanto aos extremismos e radicalidades, eles também são função da quantidade de injustiça e revolta. Tenho certeza que se um monte de senadores e juízes muito bem educados resolverem sair na rua para protestar sobre qq coisa, será uma manifestação pacífica e cívica. E nem por isso teremos menos desonestidade...
mais uma vez, o que eu disse sobre a hipocrisia...
Como quase todas as coisas diferentes, a diferença é gradual, contínua, e não discreta e acentuada.
O argumento de que cotas não devem ser instituídas pois é difícil saber quem é negro e quem é branco é fraco.
As cotas não devem ser aplicadas porque são más em si mesmas, injustas e prejudiciais à sociedade.
As demonstrações de grande indignação e revolta nessa questão são nada mais do que espetáculos de vaidade, Kenji, ou tentativa de manipulação sentimental. Estão aumentando um problema para conseguir impôr a vontade de certos grupos de interesse sobre o resto da sociedade.
Melhor seria se os movimentos negros, ao invés de culpar a sociedade por todas as suas mazelas, olhassem um pouco para si mesmos. De que adianta insuflar o ódio e a revolta contra os outros e utilizar do poder estatal para beneficiar o próprio grupo?
Por que não tentar consertar e superar os obstáculos endógenos, culturais, ao desenvolvimento dos negros?
O discurso dos militantes raciais em muito se assemelha ao dos políticos de esquerda com relação ao primeiro mundo: atribuem o atraso do próprio país à exploração sistema global, dos países ricos, etc. Se recusam a olhar para os motivos internos do atraso.
Se os negros, ou qualquer outro grupo, fosse roubado e explorado hoje em dia, daí sim se justificariam movimentos de luta. Mas não é o caso.
E muitos negros (a maioria, talvez?) sabem disso; não perdem seu tempo tentando ganhar às custas de outros grupos.
Existe anti-semitismo no Brasil, sem dúvida. No entanto, os judeus vão, em geral, muito bem.
A mesma coisa com os japoneses, chineses, coreanos, italianos.
E muitos deles chegaram aqui sem nada. Não era pouca a hostilidade da sociedade tradicional contra os "carcamanos" que trabalhavam nas fábricas.
Se se limitassem a exigir que outros grupos reparassem as injustiças cometidas contra eles, não chegariam a lugar algum.
joel
"(...)Se os negros, ou qualquer outro grupo, fosse roubado e explorado hoje em dia, daí sim se justificariam movimentos de luta. Mas não é o caso.(...)"
acho que o cerne da nossa diferença de opinião está nesta sua frase.
comparar negros a imigrantes é comparar laranjas e maçãs. meus avós foram imigrantes japoneses e portugueses, vieram de navio em busca de oportunidades e sofreram com o choque cultural.
muito diferente de vir acorrentado, num navio com alto índice de mortalidade, e trabalhando de graça sem nenhum pagamento pelo trabalho. convenhamos, desta forma ninguém acumula riqueza e a abolição como foi feita foi ridícula.
não é a toa que temos favelas lotadas de negros nos estados onde os escravos viviam, e não favelas lotadas de imigrantes europeus, judeus ou japoneses.
eu não gosto de quotas, mas olhe para o brasil. o que mudou e em que velocidade mudou? eu acho que vale o risco e sinaliza para o fato de que o estado reconhece a dívida social para com estas pessoas.
senão, sempre foi e sempre será fácil explorar quem quer que seja, pq depois que deixar de ser conveniente explorar, basta largar e deixar que lutem pacificamente e sozinhos por justiça
esta não é a sociedade que eu quero
(Kenji)
OI Joel,
Acho que as últimas palavras do kenji dispesan qualquer comentário. Como eu ia escrever mais do mesmo, então vou dar pitacos sobre outras questões que surgiram.
A primeira é sobre o comentári odo Ulaikamor. Na verdade, quando dizem que não existem diferenças entre os seres humanos, são diferenças morfofisiologicas (acho que é assim que se escreve) entre os seres humanos e não aquelas que são exteriores como cor de pele, olhos e cabelos. Eu sei disso pq fui perguntar a um amigo biólogo sobre isso quando soube que não exitem raças entre nós.
E raça é um conceito construido socialmente e não biologicamente. Foi criada para justificar não apenas as diferenças de origem e de cor, como também as desigualdades sociais e econômicas, a superioridade de um grupo sobre outro. É mais ou menos por aí...
E sobre cotas, sou a favor de cotas, mas desde que sejam sociais. Reconheço que em cento e pouquinhos anos não dá para reparar mais de 300 anos de escravidão. Mas vivemos em um país onde as injustiças, a miséria e a desigualdade também alcançam os "brancos". É claro que existe uma situação histórica que dá legitimidade ao negro para reivindicar cotas e afins.
Mas falar contra o racismo com um discurso altamente racializado, para mim é um erro!
Continuando: "Estão aumentando um problema para conseguir impôr a vontade de certos grupos de interesse sobre o resto da sociedade."
JOel, a gente vive no Brasil e não na Europa. A maioria no nosso país é negra e mestiça.
A reivindicação desses grupos nada mais é do que a reivindicação da maioria. E a maioria nesse país, infelizmente, é pobre!
Às vezes vc escreve coisas que distorcem um pouco a realidade... Quem deva que a sua realidade fosse comum a todos. O Brasil realmente seria um país muito melhor de se viver...
Sobre o ultimo parágrafo do meu primeiro comentário. Como vivemos em um país onde a maioria dos pobres é de cor negra ou mestiça. Obviamente as cotas sociais favoreceria mais os negros.
Mas acho que a cota social mais interessante porque ela dá oportunidade também à pessoa de cor clara que tbm é pobre.
Dai o critério de favorecimento para a política de cotas é uma política de iclusão social baseado não na cor de pele da pessoa, mas na sua origem social, ou seja, o pobre, que tbm pode ser "branco".
Boto entre aspas, pq Branco nesse país é um ser em vias de extinção. haha
Relativamente ao seguinte comentário da Olivia: "Na verdade, quando dizem que não existem diferenças entre os seres humanos, são diferenças morfofisiologicas... E raça é um conceito construido socialmente e não biologicamente. Foi criada para justificar não apenas as diferenças de origem e de cor, como também as desigualdades sociais e econômicas, a superioridade de um grupo sobre outro."
Não me parece correcto dizer de uma forma tão concreta e definitiva que não existem diferenças morfofisiológicas entre as diferentes raças. Aliás, um estudo recente demonstra que a evolução das diferentes raças nos diferentes continentes está a acelerar e por caminhos diversos, apontando uma característica morfofisiológica, da qual eu já estava consciente há alguns anos, como exemplo: a maior parte dos adultos na Ásia não consegue digerir o leite, contrariamente à maior parte dos adultos na Europa. Isto é claramente uma diferença morfofisiológica que está ligado à existência da lactase, uma enzima que permite desfazer a lactose.
No entanto, concordo com a afirmação relativamente à criação de raças como instrumento de engenharia social. Basta ver o que os Belgas fizeram no Ruanda.
Mas acho que a mensagem principal que se aqui tenta passar é que de nada adianta estar constantemente a chorar relativamente àquilo que foi feito. É muito preferível olhar para o futuro, porque é para lá que nos dirigimos. Afinal de contas, "O passado é o manual dos tiranos, e o futuro é a bíblia dos homens livres."
Postar um comentário