segunda-feira, junho 11, 2007

A Impossibilidade do Socialismo

Desafio ao leitor: imagine ter que construir e gerir uma fábrica sem saber qual o preço dos meios de produção. Quantos operários contratar, que processo produtivo utilizar, quais e quantas máquinas e insumos comprar, onde construir a fábrica, qual a qualidade dos produtos; essas e muitas outras decisões que são tomadas diariamente numa economia moderna necessitam da informação dada pelos preços. Um industrial que não conheça os preços dos meios de produção que pretende utilizar está impossibilitado de montar sua fábrica.

Agora potencializemos esse problema ao máximo: imagine ter que planejar e dirigir toda a economia de uma sociedade sem preços para os meios de produção. Onde construir as fábricas (cada uma delas, como vimos, um problema insolúvel) e, mais importante, onde alocar os recursos escassos disponíveis. Cada ramo de produção deve receber quantos trabalhadores? E o petróleo, e a madeira, irão para onde? Devemos lembrar também que muitos meios de produção (máquinas e combustíveis, por exemplo) precisam ser produzidos por indústrias que utilizam, elas mesmas, outros meios de produção, e assim por diante. Essa tarefa não é apenas muito difícil; é simplesmente impossível. Mesmo que toda a população da sociedade se encontrasse em assembléia e tivesse consigo uma lista de todos os recursos disponíveis, seria impossível fazer qualquer planejamento racional da produção. A única opção seria “chutar” no escuro completo.

E é exatamente esse o principal problema do socialismo. O que o socialismo propõe é a abolição da propriedade privada dos meios de produção. Todo meio de produção deverá ser público (ou estatal, ou da população como um todo, ou dos sindicatos, etc). Isso significa que não haverá compra e venda dos meios de produção. Sem compra e venda, não existirá mercado para eles. Sem um mercado, eles não terão preços.

Sim, uma autoridade poderia definir preços para os diversos meios de produção, e realizar seu planejamento com base neles. Mas tais “preços”, escolhidos arbitrariamente, não significariam absolutamente nada. Não cumpririam a função que o preço cumpre no mercado: indicar a escassez relativa de um bem com relação aos demais, cujo fundamento último é a crença dos participantes do mercado sobre a capacidade daquele bem em satisfazer necessidades humanas.

E o problema é ainda mais grave do que parece à primeira vista: a existência de meios de produção não é um dado da natureza; fora os recursos naturais primários, é o homem que produz todos os meios de produção que utiliza. E para que pessoas se dediquem à produção de meios de produção é necessária a existência de um sistema de preços, ou seja, do mercado. Sem o mercado, planejar a produção da sociedade fica impossível não apenas por falta de informação sobre como utilizar os recursos, mas porque a própria existência desses recursos depende do mercado.

O principal problema do socialismo não são os incentivos, e nem mesmo a eficiência, mas sim a impossibilidade do cálculo econômico: sem um sistema de preços, que emerge apenas no mercado, fica absolutamente impossível planejar a produção. A implantação do socialismo, por melhores que sejam as intenções, levaria inexoravelmente ao colapso de toda a vida em sociedade.

28 comentários:

Unknown disse...

Ótimo artigo Joel, lógica cabal, digna de Mises.

Joel Pinheiro disse...

Obrigado pelo elogio, José!

De fato, o argumento é do Von Mises (e inclusive a versão mais forte dele é a misesiana, e não a hayekiana, que foca apenas na informação).

Aliás, não só esse argumento como quase tudo o que escrevo sobre economia aqui ou é Mises ou é influenciado por ele.
Pela restrição de espaço que me imponho acabo deixando de lado as fontes, mas que fique claro para todos que nenhuma idéia boa desse blog é originalmente minha.

Anônimo disse...

Opa, esse seu texto dá continuidade ao debate da Real, excelente.

Para começo de conversa, apontaria como importante o seguinte: "Todo meio de produção deverá ser público (ou estatal, ou da população como um todo, ou dos sindicatos, etc)".

Se a teoria discutida for o marxismo (via materialismo histórico), o comunismo (e não o socialismo) é o modo de produção em que a propriedade dos meios de produção será coletiva, e nunca "popular", "sindical" ou "estatal". Coletivo tem um sentido bastante preciso: o dono da força de trabalho (o operário) terá propriedade sobre o capital, sobre os meios de produção. Isto pressupõe um modo de produção anterior, em que a propriedade dos meios de produção era "burguesa" ou simplesmente alheia a quem produzia, daí a idéia de alienação ("alie" = o que pertence a outro).

Não existe comunismo sem a existência anterior de um capitalismo plenamente desenvolvido.

Isso quer dizer que aquilo que a sua crítica mira é completamente alheio — de novo? — à teoria marxista. A diferença entre anarquismo e comunismo é que no primeiro caso trata-se de uma economia descentralizada e no segundo de uma economia centralizada, herdeira do pleno desenvolvimento capitalista.

Então não existe nada disso de "onde será instalada a fábrica?", porque isso pressupõe tabula rasa da cadeia de produção e circulação; e este é o ponto: não há tabula rasa. O comunismo seria a continuação inexorável (incontornável) do capitalismo. Seria a eliminação dos "sanguessugas" (os "alheios" ao processo/os alienadores) que entravam o completo desenvolvimento da economia.

Joel Pinheiro disse...

Será que critiquei o que Marx disse? Acho que sim, bem como absolutamente todos as pessoas que se dizem socialistas que já li até hoje.

Talvez não. Talvez Marx defendesse a propriedade privada dos meios de produção altamente pulverizada, nas mãos de cada trabalhador que seria livre para vender e comprar com outros. Não sei, mas sei que os maiores intérprets de Marx não dizem isso sobre sua obra.

Muito pelo contrário: sempre se diz que, com a culminação do capitalismo, com a concentração absoluta do capital, a propriedade privada dos meios de produção acabará, e o Estado planejará completamente a economia.
Uma vez completo esse estágio, hoje chamado de socialismo, o próprio Estado deixaria de existir e cada indivíduo seria livre para produzir e ser dono de sua produção.

O ponto é: Marx propunha a existência de uma economia com divisão do trabalho sem a existêcia de mercado dos meios de produção? Se sim, então o que ele propunha está incluído na crítica do meu texto, e não passa de um sonho impossível.
Se não, então o que Marx propunha não está sendo criticado em meu texto, embora sejam poucos (nenhum?) os marxistas que interpretem Marx como um defensor da existência do mercado de meios de produção.

O foco do texto não é, necessariamente, o marxismo: é toda e qualquer proposta de sistema econômico que não inclua o mercado dos meios de produção.

Anônimo disse...

Talvez os maiores intérpretes do marxismo sejam marxistas (teorias derivadas de Marx) e não marxianos (a teoria em si de Marx), e daí deturpem o pensamento marxiano. Não sei. Só sei que li em "A História do Marxismo" (org. Eric Hobsbawm) um texto que defendia essa interpretação que de lá "roubei".

Quanto ao papel do socialismo, basta dizer que é o de mera transição. O "Estado" via ditadura do proletariado seria controlado pelos operários até que pudessem extingui-lo, o que seria rapidíssimo. Se o que você chama de mercado é a estrutura de produção e circulação de mercadorias, é isso mesmo: existe mercado sem Estado no comunismo. Mas de forma alguma existe a figura do burguês, que não põe a mão na massa e só explora "juros" (mais-valia). É extinto o agiota e a alienação das mercadorias, que passam a ser de posse de quem as produz.

Frize-se que esse mercado (sem Estado) é dos operários (quem trabalha afinal) e não burguês.

Anônimo disse...

Aliás, preste atenção no étimo: como existe mercadoria sem... mercado?

Anônimo disse...

Bem, Marx ficou grande parte do seu tempo criticando um Capitalismo que não existe mais. E passou algum fim de semana propondo algo novo.
Bem, mas o marxista utiliza das mesmas ferramentas do economista que defende o livre mercado. Eles devem pressupor agentes racionais, um governo legítimo por unânimidade( ou seja, ele reflete a decisão de todos), e com informação perfeita entre outras séries de "perfeições". Aí daria certo tudo isso que você faloum, sociedade perfeita.
Mas aí você argumentaria, o economista liberal acredita nas imperfeições. Mas aí eu contra- argumentaria falando que os socilaistas também acreditam, e os mesmos também criam suas teorias de acorodo com as mesmas.

Anônimo disse...

Joel, Existem várias correntes entre os comunistas, até pq marx não respondeu a todas as questões que propôs. Isso ficou por conta de seus seguidores. Assim como o Adriano disse, eu acredito no comunismo como a superação do capitalismo e não na eliminação capitalista.
Inclusive alguns críticos sobre o fracasso do capitalismo em algumas sociedades afirmam que se deu justamente porque foi implantado em países onde não havia forças produtivas capitalistas plenamente desenvolvidas e blá blá blá.
No mais, críticas com base em clichês já encheram o saco! =D
E falar em impossibilidade de uma sociedade comunista faz lembrar de que até o declinio da sociedade medieval, que durou uns 4 séculos, o capitalismo nem existia. Com apenas 2 séculos de existência, o capitalismo ainda é uma criança... O mundo vai dar muitas voltas! Fazer previsões apocalípticas em torno disso é mera especulação.
Bjus

Anônimo disse...

Ops, entre não apenas comunistas, como tbm os Marxistas. Esquecí de dizer isso.

Joel Pinheiro disse...

Ao eliminar a função do capitalista e do empreendedor (aquele que poupa recursos e aquele que descobre novos jeitos de mobilizar esses recursos para melhor satisfazer às necessidades humanas), Marx torna impossível o mercado, Adriano.
Ou pode ser que ele ainda veja papel para essas funções (improvável, dado que toda a base teórica econômica dele ignorava a importância essencial do empreendedor), mas desempenhadas pelos próprios trabalhadores.

Ainda assim, creio que você tenha uma visão muito mais pé-no-chão do que tinha Marx sobre como será o comunismo. Para ele a pessoa se dedicaria ao que bem quisesse sem qualquer restrição: pastoreio de tarde e crítica literária à noite.
A utopia marxista carrega aspectos muito mais ontológicos e místicos do que uma mera mudança da destinação dos lucros. Seria o reencontro do Homem consigo mesmo; a conclusão do da evolução do Absoluto; e com ela acabam todas as regras e restrições que a realidade impõe.

Joel Pinheiro disse...

Precisaríamos de uma definição melhor de "capitalismo" para ver se concordamos ou não com sua afirmação de que ele existe há apenas dois séculos.

Em todo caso, é um fato que na Idade Média existia sim mercado (e pasmem: um mercado financeiro bastante desenvolvido, com mecanismos complexos que perduram até hoje - sei disso porque é exatamente meu tema de monografia).

Anônimo disse...

Joel, em um sistema socialista, todas as industrias, inclusive as industrias de produção de meios de produção, são controladas pelo estado, não ha pq obter lucro excesivo emcima de uma venda para outra industria do proprio estado.
O calculo seria da soma das despesas na fabricação do mesmo com o salario dos funcionarios envolvidos.

Joel Pinheiro disse...

Mas Fagner, o que você acha que define o preço dos meios de produção, ou seja "as despesas da fabricação com o salário dos funcionários envolvidos"?

De onde saem esses preços? Não são invenções de alguém ou de um comitê.
Esses preços, que compõem o custo de produção, são resultado da atividade das pessoas no mercado, e derivam em última instância da crença que as pessoas têm sobre a capacidade que uma unidade de cada meio de produção tem de satisfazer necessidades humanas.

"Custo de produção" só é algo que pode ser conhecido porque vivemos no mercado. Sem mercado, não há mais custo de produção cognoscível, mas apenas os dados físicos do processo, que são incomensuráveis uns com os outros e que não dizem nada sobre o uso que se faz dos recursos.

Anônimo disse...

Esse problema é muito simples de resolver é só contar quantidade de pessoas, e calcular as necessidades de cada um.
Se quiser algo ainda mais realístico, cria um sistema de informação e cada pessoa ou família cadastra e descreve as necessidades.


Como se vê é muito mais fácil que no sistema capitalista.

Joel Pinheiro disse...

"É só calcular as necessidades de cada um."

É. "Só" isso. O único problema é que as necessidades humanas não são quantificáveis, e não são objeto de cálculo. Como calcular e pesar desejos diferentes e irreconciliáveis de pessoas diferentes?

Uma pessoa quer encanamentos para sua casa; outra quer um transplante do coração; outra quer uma boa escola para seus filhos.

Cada uma faz sua lista. Supondo (e já essa suposição é uma concessão gigantesca) que as pessoas seriam capazes de fazer listas precisas contendo todos os seus desejos em ordem de preferência (sem esquecer nada e sem se iludir), o que fazer com todas essas listas?
Infelizmente, a mera listagem dos desejos dos homens não basta para saber como e quais satisfazer.

Anônimo disse...

Claro que são quantificáveis.
Eu preciso de alimentação que pode ser quantificada em peso por tempo.
Dividida em variedades. Preciso de moradia, ferramentas de trabalho, remédios, etc.

Não sei que dificuldade vc vê em fazer uma lista de necessidades.
Qualquer dona de casa faz isso todo mês.

Obviamente tem que se calcular também a quantidade de recursos disponíveis.

Não só cada pessoal pode fazer uma lista, como pode haver interações com outras pessoas que vão falar de outras necessidades, que ela não tinha percebido.

A comunidade vai discutir sobre quais os desejos conflitantes e necessidades, e democraticamente escolher a melhor proposta.

O resto é organização, divisão de tarefas.

Joel Pinheiro disse...

Novamente, você não etendeu o problema. As quantidades físicas dos bens não nos dizem como alocá-los.

O exemplo da dona-de-casa apenas reforça o que eu venho tentando te mostrar. Ela faz uma lista com os produtos que quer na semana: com base no que ela decide o que e quanto comprar? Com base nos preços.
Ela poderia colocar na lista "BMW último tipo", ou ainda "100 kg de açúcar". Por que não o faz? Porque seu orçamento é limitado, e então ela realiza um cálculo econômico, por meio dos preços: o quanto o que a família dela produz permite que ela compre, e qual a compra que melhor satisfará as necessidades da casa dadas as necessidades de todas as outras famílias.

Mas é claro que no socialismo permanece a propriedade privada dos bens de consumo, e então o problema do cálculo não será com a dona-de-casa ao fazer suas compras (no entanto, se tentar tornar coletivos até mesmo os bens de consumo, daí mesmo essa simples ação se tornará impossível). O problema está nos meios de produção, que serão coletivos.

Sem preços, é impossível fazer qualquer cálculo econômico. As quantidades físicas dos diversos bens são quantidades incomensuráveis, assim como as diversas possíveis satisfações que os bens proporcionam (essas, na verdade, não são nem sequer quantificáveis; quanto menos comensuráveis).

Anônimo disse...

Você é que não entendeu a solução, vc ve com uma otica capitalista a resolução do problema.

Quando vc diz:"Mas é claro que no socialismo permanece a propriedade privada dos bens de consumo"
Mostra o que disse antes, vc tenta resolver como se fosse no capitalismo. A estrutura é completamente diferente, são principios diferentes.

Não exite propriedade privada, e por isso não exite mercado.
Não confunda mercado com consumo.

Voltando ao nosso exemplo da lista de desejos.
Qual quer um pode colocar qualquer coisa como necessidade, mas se vai ser possível ter com os recursos exitentes é outra questão.

Vamos dizer que alguem peça um carro como necessidade.
Criar carros para todos que queiram vai ficar impossivel, pela questão de recursos, apesar de não ser possivel fazer carros para todos é possivel montar um transporte coletivo de qualidade.

De um lado temos recursos de outro temos desejos.
É só uma questão decisória de prioridades, alimentação tem maior prioridade do que ter carro, e por assim vai.

Anônimo disse...

"Sem preços, é impossível fazer qualquer cálculo econômico. As quantidades físicas dos diversos bens são quantidades incomensuráveis, assim como as diversas possíveis satisfações que os bens proporcionam (essas, na verdade, não são nem sequer quantificáveis; quanto menos comensuráveis)."


Claro que é possível fazer calculo economico.
Apesar de não ter necessidade de quantificar desejo numa sociedade sem capital, é possível quantificar os bens de desejos e recursos disponiveis.

O desejo só entra no processo decisão, o calculo será efetuado nos recursos disponiveis.

Da mesma forma que a dona de casa faz sua decisão no recurso que ela tem, no caso capitalista dinheiro, a mesma decisão será feita, só que não em cima desse recurso abstrato chamado dinheiro, mas em cima de recurso real como espaço, materia prima, força de trabalho, etc.

Anônimo disse...

Joel, se quer provar em sua monografia o óbvio e ululante. Okay!
Se existiam mercados. Não como hoje em dia, mas é claro que existiam algumas cidades que já tinham mercados desenvolvidos! Posso até te indicar bibliografia a respeito disso.
Mas a pergunta que fica é, para se caracterizar como uma sociedade capitalista basta ter mercado apenas? Creio que não!
Mercado financeiro, eu não sei dizer nada sobre isso. Nem dá para entrar nesse mérito...=/
Aliás, no primeiro volume de Marx ele explica muito bem que a relação M-D-M não basta. Mas só passa a se caracterizar como capitalista quando a relação se transforma em D-M-D. A simples troca não é suficiente para caracterizar uma sociedade como capitalista.
Bom, creio que para o seu trabalho, vc já deve ter lido pleo menos o primeiro volume do "O Capital" de Marx, "A grande Transformação", "A herança Imaterial", entre outros. E se fez uma boa leitura, deve ter sacado que vc está andando na contramão....
Caso contrário, acho que vc não está escrevendo apenas um TCC, mas uma tese revolucionária de Doutorado , e acho até que vc deveria publicar livros e ficar famoso!
Enfim, vou comentar isso com uma professor de história economica bastante famoso e até mesmo tirar dúvidas sobre isso, porque também fiquei curiosa a respeito de mercados financeiros na idade média...

Ps. agora o blog é só seu??? o.O

Joel Pinheiro disse...

Heh, infelizmente os outros membros não têm publicado muito. Mas um dia voltam!

Aqui estamos com um problema de definição. Você diz que o capitalismo não existia antes de uma dada época. Verdadeiro ou falso?
Depende de como você estiver definido o termo "capitalismo".
Como eu já disse, evito usar esse termo hoje em dia, exatamente por causa da confusão de significados que giram em torno dele.
"Livre mercado" é algo muito mais claro e fácil de elucidar.

Joel Pinheiro disse...

E vou mais longe: Não mudou nada, essencialmente, no modo pelo qual se dá a alocação de recursos para a satisfação das necessidades humanas ao longo da história.
O Império Romano estava tão sujeito às leis da "economia de mercado" como estamos nós hoje em dia.

Anônimo disse...

JOel, eu perguntei a um professor e inclusive contei suas ultimas postagens e ele disse que vc é louco e precisa de um psiquiatra!
Enfim, eu te desejo boa sorte. Não entendo nada de economia, mas estudei história econômica o suficiente para saber que por mais que existam algumas discussões a respeito de alguns temas não dá para flexibilizar o entendimento de tudo só para que eles se encaixem daquilo que entendemos como certo.
Te desejo boa sorte no seu trabalho! =D
Mas sinto um imenso alívio ao ouvir uma pessoa dizer que quem deve se preocupar não sou eu por pensar como penso!

Joel Pinheiro disse...

Olívia, como é possível estudar história econômica sem ter estudade economia antes? É um grande erro.
Afinal de contas, os fatos, por si só, não nos dizem nada. É preciso interpretar os fatos; e essa interpretação é sempre feita com base em uma teoria econômica.

Se você estudou história econômica sem ter estudado teoria, então simplesmente engoliu a interpretação que lhe foi apresentada como se fosse verdade factual.

Em segundo lugar, você me acusa de distorcer as coisas para se encaixar na minha visão. Ora, uma acusação séria dessas deve sempre vir acompanhada de uma prova!

Por fim, fico feliz que você se sinta aliviada. Só espero que esse alívio não a leve a adormecer intelectualmente e aceitar, acriticamente, tudo o que lhe é apresentado por seus professores.

Discordar de uma opinião popular é sinal de loucura e desvio psicológico?

Anônimo disse...

Joel, eu fiz economia na faculdade duas vezes! Antes, é claro, de fazer história economica.
É lógico que não aprendí nem um um décimo do que vc deve ter aprendido. Mas com ceteza eu não estou dando tiros no escuro!
Não pensei que fosse preciso dizer isso para vc acreditar em mim...
No mais, não é censo comum. É um profissional com pós doutorado em economia e um dos maiores nomes em história economica do brasil.
Eu não posso aceitar é o que vc, um mero estudante, assim como eu, diz...
Acorda Joel!

Anônimo disse...

Esqueci de dizer.. amanhã é um dia especial! =D

Joel Pinheiro disse...

Com todo respeito, Olívia: eu não acho que você mesma tenha clareza sobre o que você está discutindo. Fica falando de "capitalismo" sem nunca me dizer o que isso significa. Quando começou a "sociedade capitalista"? Depende de como você define isso. "Ah, meu professor falou que o capitalismo que foi em X." - De que adianta eu afirmar isso, se eu nem sei do que estou falando ao dizer 'capitalismo'?

Se o seu professor quis dizer que as leis de funcionamento do mercado não valiam antes de uma certa data na sociedade humana, ele simplesmente errou. E pode vir com quantos títulos quiser; mesmo no vão embate de autoridades, eu poderia mostar que prêmios Nobel e formadores do pensamento econômico é que mostraram isso.

Mas muito mais importante do que autoridades (afinal, o argumento com base na mera autoridade é o mais fraco de todos), espero argumentos. E antes de argumentos, ao menos uma tentativa de sua parte de, mesmo que em linhas gerais e imprecisas, definir o que está querendo dizer ao falar 'capitalismo'.

Anônimo disse...

Quem escreve "percebí" e "percepição" não passa, perdoem-me, nem pelo supletivo do Instituto Universal Brasileiro.