Vou inovar. Meu amigo Lucas Mation escreveu uma crítica ao meu último texto, que publico aqui:
Joel,
Seu primeiro argumento é válido. O governo, de uma forma ou de outra, tem maior poder de influência quando se decide enfrentar um problema desses. E por que? Porque um problema desses é justamente o tipo de situação que justifica a existência de um governo! E é assim porque se trata de um problema de coordenação, tragédia dos comuns. Não vou desenvolver isso muito aqui mas, é basicamente isso.
Quanto à veracidade da ciência, há uma certa controvérsia, que tende um pouco para os pró tese do homem como causador do aquecimento. A questão é que é prevenir do que remediar. Você poderá responder que os cursos de evitar o aquecimento global excederão os benefícios e que uma solução alternativa, ou realocação de recursos para usar menos energia, mas de forma ótima, será encontrada quando a energia acabar. Mas para isso você teria que conhecer a ciência do aquecimento global, coisa que você admite não conhecer. Acreditar que uma solução será encontrada é voluntarismo. Isso é uma possibilidade. No entanto, pode ser que a solução seja explorar os recursos até o fim de depois enfrentar uma gravíssima crise porque as alternativas não apareceram e não foram desenvolvidas. Ou porque não valia a pena (por problemas tradicionais de dificuldades na apropriação dos benefícios e incerteza) ou porque na media que começou a valer a pena não deu tempo de achar uma solução.
Alguns movimentos tentam colocar uma visão mais balanceada levando em conta também as outras espécies e até dispostos a sacrificar o bem estar dos humanos em pról delas. Pessoalmente eu discordo desta visão, mas nao vejo mal eu uma pessoa cujos valores reflitam isso se posicione desta maneira. Só vou votar contra.
Mas você força a barra ao dizer que o este tipo de ambientalismo vai dominar. Ele não só não vai dominar quanto está argumentação já estava presente e não dominou. A questão ambiental só ganha maior repercussão agora porque justamente é o bem estar material do homem que está ameaçado pelo problema de coordenação. E é isso que justifica a ação governamental, como resposta ao movimento popular que indica uma necessidade de mudança e incentiva os políticos a fazerem tais políticas.
Agora, alguns comentários meus:
Tragédia dos comuns é um problema que escancara os problemas da propriedade pública: como ela "é de todo mundo", todo mundo quer se beneficiar o máximo dela, e assim ela acaba bem rapidinho.
Joel,
Seu primeiro argumento é válido. O governo, de uma forma ou de outra, tem maior poder de influência quando se decide enfrentar um problema desses. E por que? Porque um problema desses é justamente o tipo de situação que justifica a existência de um governo! E é assim porque se trata de um problema de coordenação, tragédia dos comuns. Não vou desenvolver isso muito aqui mas, é basicamente isso.
Quanto à veracidade da ciência, há uma certa controvérsia, que tende um pouco para os pró tese do homem como causador do aquecimento. A questão é que é prevenir do que remediar. Você poderá responder que os cursos de evitar o aquecimento global excederão os benefícios e que uma solução alternativa, ou realocação de recursos para usar menos energia, mas de forma ótima, será encontrada quando a energia acabar. Mas para isso você teria que conhecer a ciência do aquecimento global, coisa que você admite não conhecer. Acreditar que uma solução será encontrada é voluntarismo. Isso é uma possibilidade. No entanto, pode ser que a solução seja explorar os recursos até o fim de depois enfrentar uma gravíssima crise porque as alternativas não apareceram e não foram desenvolvidas. Ou porque não valia a pena (por problemas tradicionais de dificuldades na apropriação dos benefícios e incerteza) ou porque na media que começou a valer a pena não deu tempo de achar uma solução.
Alguns movimentos tentam colocar uma visão mais balanceada levando em conta também as outras espécies e até dispostos a sacrificar o bem estar dos humanos em pról delas. Pessoalmente eu discordo desta visão, mas nao vejo mal eu uma pessoa cujos valores reflitam isso se posicione desta maneira. Só vou votar contra.
Mas você força a barra ao dizer que o este tipo de ambientalismo vai dominar. Ele não só não vai dominar quanto está argumentação já estava presente e não dominou. A questão ambiental só ganha maior repercussão agora porque justamente é o bem estar material do homem que está ameaçado pelo problema de coordenação. E é isso que justifica a ação governamental, como resposta ao movimento popular que indica uma necessidade de mudança e incentiva os políticos a fazerem tais políticas.
Agora, alguns comentários meus:
Tragédia dos comuns é um problema que escancara os problemas da propriedade pública: como ela "é de todo mundo", todo mundo quer se beneficiar o máximo dela, e assim ela acaba bem rapidinho.
A grande maioria dos problemas ambientais tem solução bem óbvia no livre mercado: poluição de rios, mares, qualidade do ar, desmatamento; tudo isso é facilmente resolvível se deixarmos que os recursos tenham donos e que cada pessoa escolha o que pode e o que não pode em sua propriedade.
O aquecimento global apresenta um problema novo: o efeito estufa se dá com algo que não é usado pelos homens: o ar distante da Terra. Por isso, não há como estabelecer, com alguma legitimidade, direitos de propriedade sobre esse ar. Além disso, não é possível dividi-lo e nem saber qual é a origem dos diversos gases que sobem até ele.
Fica complicado pensar em soluções para a poluição desse lugar distante mas que, ainda assim, impacta a vida das pessoas ao mudar a temperatura do planeta. Estabelecer direitos de propriedade arbitrários é sempre uma péssima solução; do nada, algumas pessoas teriam direito de receber dinheiro de outras para que essas outras emitam CO2. Ë claro que quem receberá esse dinheiro serão sempre governos. De alguma forma, eles serão considerados os donos da atmosfera...
Se houver ações que ajudam a diminuir o efeito estufa, seria possível criar algum tipo de mercado no qual poluidores tenham que pagar algo a limpadores. E assim todos teriam incentivo para poluir menos e limpar mais o ar.
Dizer que é melhor prevenir do que remediar é uma péssima justificativa. Você seria a favor de gastar trilhões para construir um sistema de mísseis para nos prevenirmos contra possíveis invasores extra-terrestres? Nem eu.
Por fim, você diz que a ideologia "anti-humana", chamemo-la assim, não é, e nem se tornará, popular. Enquanto idéia, concordo com você. Só uns poucos cientistas e ambientalistas consideram o homem um vírus e propõem seriamente a eliminação de grande parte da humanidade (mas também esses existem e são prestigiados!). Mas as aplicações práticas dessas idéias, mascaradas com outras roupagens, podem sim encontrar ampla aceitação. Em grande parte já encontram.
Repete-se que é importantíssimo controlar a população, que a explosão populacional atual irá destruir o planeta; e todo mundo aceita. E as conseqüências práticas disso vão aos poucos sendo impostas.
Referendos de aborto, de eutanásia. E se um referendo perde, outro é imediatamente convocado. E claro que só se convoca eles com a esperança de que "dessa vez vão passar". Se não foi agora é na próxima, que virá!