“Underlying most arguments against the free market is a lack of belief in freedom itself.”
(Milton Friedman)
Infelizmente, morreu na última quinta-feira um dos defensores da liberdade: o economista Milton Friedman. Friedman, não obstante sua permanente “ideológica” luta pelo livre-mercado e pelas liberdades individuais, é certamente um dos maiores economistas do século XX, tendo feito importantíssimas contribuições à ciência. Contudo, busco neste texto atentar não para tais contribuições, mas para três propostas do gigante economista que objetivam maximizar a liberdade individual, com base na diminuição do Estado, na melhora de sua eficiência e na liberdade de escolha.
A primeira delas diz respeito à política monetária e ao controle da inflação. Um dos motes da obra de Friedman foi elucidar a dificuldade dos programas de estabilização da economia, além do poder que tem a autoridade monetária de gerar instabilidade. Com base nisso, Friedman advoga uma regra clara e consistente de expansão da oferta de moeda. O argumento subjacente é que como a regra é sabida pelo mercado, não haverá diferença entre as expectativas de preço e a inflação efetiva. Logo, variações na oferta de moeda não terão impacto sobre a atividade econômica, poupando a sociedade das roubo que é a inflação.
Uma segunda proposta é a introdução de school vouchers (vales-escola), para aprimorar a qualidade do ensino e ceder a todos os pais, independentemente da renda, a liberdade de escolher a educação dos filhos. Ao invés de prover gratuitamente educação, o Estado cederia vouchers às famílias com crianças em idade escolar, sendo os vouchers direito de adquirir uma quantidade de dinheiro em educação. As vantagens imediatas dessa proposta seriam colocar as escolas públicas em situações de concorrência aprimorando sua qualidade e dar liberdade de escolha para os pais, inclusive para inteirar com a própria renda o poder de compra dos vouchers para adquirir educação melhor ainda.
Por fim, há a proposta do imposto de renda negativo. Tal proposta tem como objetivo diminuir a pobreza e funciona de forma simples: estabelece-se uma renda anual como renda mínima para que uma família viva (o equivalente a uma cesta de consumo que garanta suas necessidades básicas) e aquelas famílias com renda menor a essa recebem a quantia complementar como transferência de renda do Estado. Essa configuração tem a grande vantagem de permitir a total saída do Estado da provisão de serviços não essenciais à sua natureza, como educação, saúde e previdência.
Certamente, minhas palavras e o exíguo espaço não são capazes de demonstrar a lucidez dos argumentos de Friedman. Para aqueles que desejam saber mais, a leitura recomendada é o livro Capitalism and Freedom.
Um comentário:
Sem dúvida a economia perdeu um dos seus grandes homens!
A proposta dos vouchers, embora não me pareça completamente convincente, é um ótimo meio-termo entre a educação planificada que temos hoje em dia e a completa privatização.
Mas dado que os vouchers sejam instituídos, haveria ainda algum motivo para se manter qualquer tipo de escola pública?
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