Fiquem atentos para o lançamento do terceiro número da Dicta&Contradicta, revista da qual tenho orgulho de participar.
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O principal destaque desta edição é uma entrevista com Fernando Henrique Cardoso. Passamos longe da conjuntura política atual; não há uma só menção ao Lula. O que quisemos é ir mais fundo e lhe fazer perguntas sobre a função da política na sociedade e sobre sua rica vivência pessoal. Pela primeira vez desde o falecimento de sua esposa, indagamos o ex-presidente sobre seus valores e sua relação com a morte.
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Não sou poeta. Não tenho grande conhecimento de poesia. Mas digo que fiquei impressionado com a antologia de poema húngaros que sairão nesta edição. Traduzidos por Nelson Ascher (a quem certamente cabe parte do mérito pela beleza dos poemas), são uma janela para uma literatura riquíssima que permanece, via de regra, fora de nosso radar.
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Tenho o orgulho de anunciar também que há dois textos meus! O principal deles é o da seção "Lançamento que não houve", na qual resenhamos e analisamos mais detalhadamente um livro não-traduzido e não-lançado no Brasil, ou lançado obscuramente e esgostado há muito tempo. O livro que escolhi é do meu economista favorito, Ludwig Von Mises, e se chama "The Ultimate Foundation of Economic Science". É um livro sobre epistemologia, ou seja, filosófico, ainda que seu interesse seja a ciência econômica. Mises tinha, nesta que foi sua última obra publicada, um grande inimigo a enfrentar no campo da ciência: o positivismo, segundo o qual todo o conhecimento humano deveria se pautar pelo método empírico das ciências naturais. Mas isso destruiria a ciência econômica; e então lá vai o Mises, com sua clareza impecável e rigor lógico de sempre, enfrentar mais esse adversário. Ele era antes de tudo um economista, mas acredito que o livro interesse a todos os que percebem os perigos do positivismo em todas as áreas do saber (as outras ciências humanas, a ética, a filosofia, a teologia, a espiritualidade em geral).
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Meu outro texto é uma pequena resenha de um livro recente de dois economistas de Cambridge, chamado "Against Intellectual Monopoly". Munidos de muitos dados empíricos e argumentos econômicos, os autores argumentam que copyrights e patentes não incentivam mais inovação, e ainda assim têm custos altíssimos à sociedade (afinal, conferem direito de monopólio). Assim, e essa é sua conclusão polêmica, não deveriam existir. Sei que a tese chocará a maioria dos leitores, mas já advirto: o livro é elogiado por nada menos que três prêmios Nobel de economia em sua contra-capa. Concorde-se ou não com os argumentos nele utilizados, merece uma leitura séria por todos os que interessam pelo tema.
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Haverá uma cerimônia de lançamento da revista, dia 04/06 (uma quinta-feira), na livraria Cultural do shopping Villa-Lobos, a partir das 19:30. O evento contará com uma palestra do economista, filósofo e professor do INSPER, Eduardo Giannetti da Fonseca, sobre algo que Fernando Henrique levantou em sua entrevista: existe pensamento político sério no país?
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