Para não deixar o Tavista às moscas, farei uma pequena trapaça. Este texto foi escrito para o jornal dos estudantes do Ibmec-SP, e será publicado na semana que vem. Prometo que, em breve, o blog receberá textos exclusivos.
A teoria econômica atual foca-se no ponto de equilíbrio; o ponto do qual, uma vez atingido, o mercado não se desvia. Há também modelos que levam em conta o tempo, e representam a transição de um estado de desequilíbrio para o de equilíbrio. Mas essa representação é puramente aritmética: consiste na mudança numérica de variáveis até que se chegue a uma igualdade. Os modelos não lidam, e nem pretendem lidar, com o processo real que leva de um estado a outro.
No mercado não existem curvas de indiferença e não há expressões matemáticas a serem igualadas. A economia sempre caminha para um ponto de equilíbrio, é verdade. Se nenhuma mudança ocorresse nas condições do mercado, a humanidade chegaria eventualmente a um ponto no qual, dadas as condições atuais, nenhuma alteração na produção de bens e serviços seria possível. No mundo real, porém, nada é mais certo que a mudança. Assim, a economia está sempre se dirigindo a um ponto de equilíbrio sem nunca o alcançar, pois ele muda de lugar a cada instante. Fixar-se nos modelos convencionais é perder isso de vista, e esquecer do agente responsável por ajustar constantemente a estrutura de produção às novas condições: o empreendedor.
Apenas dois agentes contribuem para o crescimento econômico: o poupador e o empreendedor. A importância da poupança, da acumulação de capital, é amplamente reconhecida pela teoria econômica; já a importância do empreendedor, que descobre e testa novos jeitos de se utilizar o capital acumulado, tem sido negligenciada.
Pensa-se na formação e administração de empresas como um processo burocrático. Os produtos a serem vendidos já estão dados pelo mercado, assim como o método de produção e os preços envolvidos; é só fazer as contas direito para receber o lucro normal do negócio; paciência, trabalho e bom senso são tudo de que se precisa.
A realidade é outra: as técnicas de contabilidade e cálculo monetário são indispensáveis, mas não bastam. A mera repetição do que os outros fazem é a receita do fracasso. Nada está dado ao empreendedor: preços e produtos mudam, assim como os desejos dos consumidores; incontáveis são as técnicas de produção e novas são elaboradas todos os dias. Sua tarefa não é fácil: prever os desejos futuros mais importantes dos consumidores e mobilizar os recursos necessários para satisfazê-los da forma mais eficiente possível. Se conseguir, terá lucro. Se falhar, prejuízo.
O lucro do empreendedor no livre mercado sinaliza que o atual projeto satisfaz bem aos desejos da população. Com insumos de valor X, ele foi capaz de produzir bens com valor total superior a X. Conforme mais competidores comecem a imitá-lo e a comprar esses mesmos insumos, o valor deles aumentará, e o preço dos produtos finais diminuirá, até que o lucro naquela atividade caia para zero. Assim, não existe lucro “normal”. Todo lucro auferido bota em funcionamento um processo de correção dos preços que tende a eliminá-lo. O empreendedor, diferentemente dos trabalhadores assalariados e dos donos de capital, não tem sua remuneração assegurada.
Temos como dado que, se tivermos fome, poderemos ir ao supermercado ou a algum restaurante; que há jornais na banca e livros na livraria; que há filmes, peças e shows em cartaz. Nada disso cai do céu. Se todas essas e incontáveis outras facilidades da vida estão à nossa disposição, é apenas porque algum empreendedor verificou a existência de desejos humanos e mobilizou recursos para satisfazê-los. Todo novo produto ou serviço é mais uma tentativa de satisfazer melhor, de forma mais eficiente, aos nossos muitos e variáveis desejos.
No mundo do equilíbrio, sem mudanças e sem novas oportunidades de lucro, não há espaço para empreendedores. Mas no mundo real sempre é possível melhorar, e mudanças ocorrem a todo momento. Ademais, não há equações e curvas para ajustar-nos às novas condições. Dependemos do trabalho incessante do empreendedor em descobrir e testar novas maneiras de atender às nossas necessidades. É colocando o seu próprio bem-estar em risco que ele contribui para o nosso e, se tem sucesso, obtém de nós o lucro, a recompensa de seus esforços.
No mercado não existem curvas de indiferença e não há expressões matemáticas a serem igualadas. A economia sempre caminha para um ponto de equilíbrio, é verdade. Se nenhuma mudança ocorresse nas condições do mercado, a humanidade chegaria eventualmente a um ponto no qual, dadas as condições atuais, nenhuma alteração na produção de bens e serviços seria possível. No mundo real, porém, nada é mais certo que a mudança. Assim, a economia está sempre se dirigindo a um ponto de equilíbrio sem nunca o alcançar, pois ele muda de lugar a cada instante. Fixar-se nos modelos convencionais é perder isso de vista, e esquecer do agente responsável por ajustar constantemente a estrutura de produção às novas condições: o empreendedor.
Apenas dois agentes contribuem para o crescimento econômico: o poupador e o empreendedor. A importância da poupança, da acumulação de capital, é amplamente reconhecida pela teoria econômica; já a importância do empreendedor, que descobre e testa novos jeitos de se utilizar o capital acumulado, tem sido negligenciada.
Pensa-se na formação e administração de empresas como um processo burocrático. Os produtos a serem vendidos já estão dados pelo mercado, assim como o método de produção e os preços envolvidos; é só fazer as contas direito para receber o lucro normal do negócio; paciência, trabalho e bom senso são tudo de que se precisa.
A realidade é outra: as técnicas de contabilidade e cálculo monetário são indispensáveis, mas não bastam. A mera repetição do que os outros fazem é a receita do fracasso. Nada está dado ao empreendedor: preços e produtos mudam, assim como os desejos dos consumidores; incontáveis são as técnicas de produção e novas são elaboradas todos os dias. Sua tarefa não é fácil: prever os desejos futuros mais importantes dos consumidores e mobilizar os recursos necessários para satisfazê-los da forma mais eficiente possível. Se conseguir, terá lucro. Se falhar, prejuízo.
O lucro do empreendedor no livre mercado sinaliza que o atual projeto satisfaz bem aos desejos da população. Com insumos de valor X, ele foi capaz de produzir bens com valor total superior a X. Conforme mais competidores comecem a imitá-lo e a comprar esses mesmos insumos, o valor deles aumentará, e o preço dos produtos finais diminuirá, até que o lucro naquela atividade caia para zero. Assim, não existe lucro “normal”. Todo lucro auferido bota em funcionamento um processo de correção dos preços que tende a eliminá-lo. O empreendedor, diferentemente dos trabalhadores assalariados e dos donos de capital, não tem sua remuneração assegurada.
Temos como dado que, se tivermos fome, poderemos ir ao supermercado ou a algum restaurante; que há jornais na banca e livros na livraria; que há filmes, peças e shows em cartaz. Nada disso cai do céu. Se todas essas e incontáveis outras facilidades da vida estão à nossa disposição, é apenas porque algum empreendedor verificou a existência de desejos humanos e mobilizou recursos para satisfazê-los. Todo novo produto ou serviço é mais uma tentativa de satisfazer melhor, de forma mais eficiente, aos nossos muitos e variáveis desejos.
No mundo do equilíbrio, sem mudanças e sem novas oportunidades de lucro, não há espaço para empreendedores. Mas no mundo real sempre é possível melhorar, e mudanças ocorrem a todo momento. Ademais, não há equações e curvas para ajustar-nos às novas condições. Dependemos do trabalho incessante do empreendedor em descobrir e testar novas maneiras de atender às nossas necessidades. É colocando o seu próprio bem-estar em risco que ele contribui para o nosso e, se tem sucesso, obtém de nós o lucro, a recompensa de seus esforços.
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