Muitas discussões políticas e econômicas dão-se no plano abstrato dos ideais; cada participante elege um valor como o mais importante, e com base na sua adesão completa a ele nega qualquer colocação do adversário. É assim que muitos debates descambam para a oposição infrutífera entre “liberdade” e “igualdade”, entre “direitos naturais” e “justiça social”. Uma vez atingido esse ponto, nenhum progresso pode ser feito na discussão econômica. A economia é capaz de mostrar se determinados meios são eficazes ou não para atingir determinados fins (por exemplo: será que o aumento do salário mínimo melhora a condição de vida dos trabalhadores?); o que ela não pode fazer é nos indicar quais fins devemos escolher e priorizar. A escolha dos fins depende de considerações éticas e filosóficas.
Assim, parece que a briga entre as diversas ideologias decorre da incompatibilidade dos fins, e que portanto a economia nada teria a contribuir para solucioná-la. Mas isso é falso. Apesar das aparências, as diversas propostas políticas e econômicas concordam nos fins a ser atingidos. O impasse supostamente insolúvel entre “igualdade” e “liberdade” é ilusório, e esconde o fato de que todos os partidos almejam os mesmos fins; discordam apenas dos meios para alcançá-los.
Nunca ninguém viu ou jamais verá um socialista fazer a seguinte afirmação: “Se colocadas em prática, as medidas que eu proponho deixarão toda a população na mais abjeta miséria; faltará comida e saneamento básico em larga escala, e a mortalidade infantil baterá recordes. Mas apesar de tudo isso, viveremos tranqüilos, pois nessa sociedade todos serão iguais, não haverá mais exploração e nem classes sociais”.
Da mesma forma, nunca se ouvirá de um defensor do capitalismo: “Se as minhas propostas forem seguidas, uma pequena minoria será riquíssima, enquanto que a grande maioria da população viverá na indigência completa. Poucos poderão pagar por alimentação e moradia, e a maior parte da população será analfabeta. Em compensação, seremos todos livres para escolher a marca de nosso refrigerante, e caberá ao indivíduo escolher entre comprar um cobertor para o inverno ou o leite das crianças”.
Socialistas e capitalistas, bem como os membros de todas as outras filiações ideológicas, concordam plenamente quanto aos fins: o enriquecimento da sociedade, a melhora na qualidade de vida da população, etc. A discussão gira em torno dos meios adequados para atingir esse objetivo (liberdade econômica, intervenção estatal, etc); e uma vez que se trata apenas de uma discussão sobre meios, pertence estritamente ao campo da ciência econômica.
Isso não quer dizer que considerações éticas, filosóficas e teológicas sejam pouco importantes. Muito pelo contrário, são vitais para todo e qualquer ser humano. Mas quando se discute como organizar a sociedade para atingir objetivos aceitos por todos (diminuição do sofrimento humano, melhora na qualidade de vida), não é preciso fazer grandes vôos metafísicos e nem se elevar à esfera dos fundamentos da ética; a ciência econômica é suficiente para mostrar, dentre as diversas propostas de meios, quais atingem e quais não atingem os fins desejados.
Assim, parece que a briga entre as diversas ideologias decorre da incompatibilidade dos fins, e que portanto a economia nada teria a contribuir para solucioná-la. Mas isso é falso. Apesar das aparências, as diversas propostas políticas e econômicas concordam nos fins a ser atingidos. O impasse supostamente insolúvel entre “igualdade” e “liberdade” é ilusório, e esconde o fato de que todos os partidos almejam os mesmos fins; discordam apenas dos meios para alcançá-los.
Nunca ninguém viu ou jamais verá um socialista fazer a seguinte afirmação: “Se colocadas em prática, as medidas que eu proponho deixarão toda a população na mais abjeta miséria; faltará comida e saneamento básico em larga escala, e a mortalidade infantil baterá recordes. Mas apesar de tudo isso, viveremos tranqüilos, pois nessa sociedade todos serão iguais, não haverá mais exploração e nem classes sociais”.
Da mesma forma, nunca se ouvirá de um defensor do capitalismo: “Se as minhas propostas forem seguidas, uma pequena minoria será riquíssima, enquanto que a grande maioria da população viverá na indigência completa. Poucos poderão pagar por alimentação e moradia, e a maior parte da população será analfabeta. Em compensação, seremos todos livres para escolher a marca de nosso refrigerante, e caberá ao indivíduo escolher entre comprar um cobertor para o inverno ou o leite das crianças”.
Socialistas e capitalistas, bem como os membros de todas as outras filiações ideológicas, concordam plenamente quanto aos fins: o enriquecimento da sociedade, a melhora na qualidade de vida da população, etc. A discussão gira em torno dos meios adequados para atingir esse objetivo (liberdade econômica, intervenção estatal, etc); e uma vez que se trata apenas de uma discussão sobre meios, pertence estritamente ao campo da ciência econômica.
Isso não quer dizer que considerações éticas, filosóficas e teológicas sejam pouco importantes. Muito pelo contrário, são vitais para todo e qualquer ser humano. Mas quando se discute como organizar a sociedade para atingir objetivos aceitos por todos (diminuição do sofrimento humano, melhora na qualidade de vida), não é preciso fazer grandes vôos metafísicos e nem se elevar à esfera dos fundamentos da ética; a ciência econômica é suficiente para mostrar, dentre as diversas propostas de meios, quais atingem e quais não atingem os fins desejados.
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